Solange Kardinaly: eis o nome da portuguesa que brilhou no programa de talentos 'America’s Got Talent'.
Depois de encantar o júri, formado por Simon Cowell, Sofia Vergara, Heidi Klum e Howie Mandel, com a sua audição - que só no YouTube tem mais de 2,7 milhões de visualizações - a ilusionista conquistou o quarto lugar no formato, tornando-se (ainda mais) conhecida em todo o mundo.
A atuação de dois minutos, conforme revelou numa entrevista ao Fama ao Minuto, resumiu anos de trabalho e de dedicação a uma arte pela qual se apaixonou na infância, ou não fizesse parte da família Cardinali.
Falamos com Solange numa pausa entre espetáculos, até porque a sua agenda já está cheia até ao início do próximo ano.
Estive três anos a criar o número para poder chegar a este programa
Como surgiu a oportunidade de participar no 'America’s Got Talent'?
Não foi nada fácil, estive vários anos à porta para entrar e nunca consegui, por isso tive de criar algo novo. Tem um alto nível de concorrência e é difícil destacarmo-nos no meio de milhares de pessoas. Estive três anos a criar o número para poder chegar a este programa. Já está tudo muito visto então é difícil inovar. Tive que me focar em ser original para este programa e conseguir chegar mais longe.
Para uma pessoa com pouca experiência é quase impossível, tem de se ter muitos recursos. É preciso manter-se o nível
No momento em que se está no palco em que é que se pensa?
A magia é muito complicada e quando é em direto, ainda mais. A audição foi gravada, as outras já foram em direto. Os quartos de final e a final foram difíceis porque tive muito pouco tempo para ensaiar. Já tinha muito trabalho por trás, muita roupa, ideias que foram preparadas e com isso consegui ir para a frente. Para uma pessoa com pouca experiência é quase impossível, tem de se ter muitos recursos. É preciso manter-se o nível.
Apesar de ter chegado à final não ganhou e não levou 1 milhão de dólares para casa…
Não, fiquei ali a olhar... [ri-se] Acabei no quarto lugar no top 5, fiquei muito contente, para mim não deixa de ser gratificante.
Há comentários de pessoas a dizerem que mesmo não tendo ganho vai conseguir um espetáculo em Las Vegas. Era algo que gostava?
Sim, um espetáculo permanente. Gosto muito de viajar, mas estou um pouco cansada. Gostaria de estar um tempo tranquila num lugar.
Voltando ao início. A magia surgiu na vida da Solange ainda na infância.
Sim, comecei a atuar no circo quando era pequenina com a minha família e depois a fazer os meus números a solo. Entretanto decidi sair do circo e fazer a minha carreira internacional. Até agora consegui sempre alcançar os meus objetivos.
Nunca fui uma adolescente normal, estava sempre a pensar nas minhas magias.Fazendo parte de uma família como os Kardinali sempre esteve rodeada de artes cénicas. Nunca pensou em fazer outra coisa?
Não, a minha paixão pela magia é muito grande. Nunca fui uma adolescente normal, estava sempre a pensar nas minhas magias.
E porquê o ilusionismo?
O meu avô era mágico e o meu pai também. Podia ter escolhido outro número, claro que sim, mas a magia sempre me fascinou. A magia tem mais variantes para fazer um espetáculo completo.
Quando quis seguir o seu próprio caminho a família percebeu a sua decisão? Apoiaram-na?
Não muito, mas é normal, são uma família de artistas. Eu foquei-me no meu caminho e quis seguir o que sentia.
O mágico é sempre visto como homem e a mulher como a assistente. Ainda existe esse género de machismo entre os mágicos e as mulheres mágicas, mas há cada vez menos.Normalmente, no mundo da magia, as mulheres ocupavam o lugar assistentes de mágicos, mas a Solange contrariou a tendência quando se tornou ilusionista. Foi difícil desbravar esse caminho?
Sim… O mágico é sempre visto como homem e a mulher como a assistente. Ainda existe esse género de machismo entre os mágicos e as mulheres mágicas, mas há cada vez menos. Quando comecei toda a gente pensava que era só assistente e que nem tinha nível para poder apresentar um número sozinha. Nunca prestei muita atenção a isso porque sempre me foquei em fazer o meu melhor. Mesmo que pensem isso, demonstro o contrário.
O seu marido, Arkádio, tem sido um apoio incondicional ao longo da sua carreira.
Tem estado ao meu lado sempre. Em toda a minha carreira tive sempre a ajuda dele, ainda mais sendo ele mágico.
A Solange tem um filho. O facto de estar sempre a viajar é desafiante para a dinâmica familiar?
Sim. Ele agora está aqui comigo, mas quero mais estabilidade e estar mais com ele.
Ele já faz alguns truques de magia?
Sim, faz algumas coisinhas, mas já gostou mais de magia. Agora gosta mais de futebol.
Estive duas semanas em 'tour' com o 50 Cent a produzir-lhe trocas de roupa
Partilhou um vídeo no Instagram onde impressiona 50 Cent com um truque de magia. Como é que se conheceram?
O 50 Cent contactou-me porque queria fazer uma troca de roupa no espetáculo dele no ano passado numa digressão mundial. Estive duas semanas em 'tour' com ele a produzir-lhe trocas de roupa. Há um vídeo - que naquela altura foi muito viral - em que ele troca de camisola três vezes. Isso foi feito por mim.
Então teve que ensinar-lhe o segredo desse truque...
Sim, tive que ensinar… Mas não ensinei o truque da carta.
O que deseja para o futuro?
Toda a vida dediquei-me à magia, ao ilusionismo. Já conto com alguns prémios internacionais, um deles é um Guiness World Record, de maior número de trocas de roupa num minuto.
Quero continuar a surpreender, a partilhar a minha magia por todo o mundo, o que vier daqui para a frente serão coisas que não vou esperar. Se calhar um espetáculo em Las Vegas seria algo que gostaria de conseguir e estou a trabalhar para isso.
Será ilusionista para sempre?
Sim, até conseguir vou sempre fazer o que mais me faz feliz.
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