Em meados de junho deste ano, quando anunciou a intenção de abrir o Café Fellatio até ao final de 2016, o empresário suíço Bradley Charvet conseguiu que meio mundo falasse dele. O polémico objetivo de abrir um estabelecimento de restauração onde, além de uma cerveja ou de uísque se podia desfrutar livremente de sexo oral, teve tantas reações de entusiasmo como de crítica e de choque. As autoridades suíças chumbaram, entretanto, o projeto, mas o empreendedor não desarma.
O responsável comercial da plataforma digital Facegirl.ch, uma empresa de serviços eróticos, mantém a intenção de abrir no bairro de Rive, em Genebra, um café como os que existem na Tailândia, apesar do projeto, que a concretizar-se promete tornar-se numa atração turística, ainda não ter saído do papel. «Toda e qualquer prestação sexual tarifada é proibida nos estabelecimentos públicos», afirma Caroline Widmer, porta-voz do departamento que regula a economia local.
Para contornar a lei, Bradley Charvet contactou uma firma norte-americana que fabrica bonecas de silicone em tamanho real, muito comuns em países como o Japão. A ideia é ter entre seis a oito figuras robotizadas prontas para entrar em ação a qualquer momento por uma verba que ronda os 60 francos, cerca de 55 euros. Até ao momento, ainda não entrou com qualquer pedido às autoridades mas especialistas locais acreditam que, a ser apresentado, será chumbado.
«É um projeto demasiado vanguardista, que assusta», reconhece o mentor da ideia. Lisa Venusia, proprietária do Venusia, o maior salão de massagens eróticas, não teme a (eventual) concorrência. «É uma ideia engraçada mas nada substitui o calor humano», afirma a madame. David Lévy, especialista em inteligência artificial e autor do livro «Love and Sex with Robots», assegura que, em 2050, as relações sexuais entre humanos e robôs serão uma prática comum.
Texto: Luis Batista Gonçalves
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