Com o mote “O Que Acontece com o Mundo Acontece Connosco”, a Bienal’21 Fotografia do Porto terá lugar de 14 de maio a 27 de junho em 15 espaços da cidade do Porto e desta vez também em Lisboa e no espaço virtual. Todas as exposições e iniciativas têm acesso gratuito.
Nesta segunda edição, a Plataforma Ci.CLO, responsável pela organização e curadoria do evento, desafiou este conjunto de artistas a refletir sobre a interdependência entre os sistemas naturais e humanos e de que forma a cultura e a arte têm um papel ativo no debate sobre as vulnerabilidades sociais, económicas e ambientais.
Espaços como o Centro Português de Fotografia, a Reitoria do Porto, a Estação de São Bento ou a Galeria dos Paços do Concelho acolhem as 19 propostas expositivas de 15 curadores e 46 artistas nacionais e internacionais. Muitas das exposições são inéditas e criadas em exclusivo para a Bienal, em resultado de processos de criação individual ou colaborativo entre os artistas, em novas dinâmicas de residências artísticas virtuais.
Entre as propostas expositivas, destacam-se, no Centro Português de Fotografia, “The Horizon is Moving Nearer”, com curadoria de Tim Clark e que reúne obras de oito artistas – Lisa Barnard, Poulomi Basu, Nancy Burson, Maxime Matthys, Gideon Mendel, Simon Roberts, Salvatore Vitale, Stanley Wolukau-Wanambwa, que se debruçam sobre temas como a masculinidade tóxica, emergência climática, ecofascismo, conflito, nacionalismo, populismo, cibersegurança, encarceramento em massa, violência de género, violação de direitos indígenas, Trump, Brexit e outros fenómenos.
Na Reitoria do Porto, a Bienal apresenta o diálogo entre “Travessia”, de Susan Meiselas, e “Muxima”, de Alfredo Jaar, sobre a herança do colonialismo português em diferentes geografias — no Porto e em Angola — evidenciando os desafios socioculturais que produzem as realidades de precariedade e resiliência das comunidades africanas e afrodescendentes nos dois continentes. A curadoria ficou a cargo de Lydia Matthews (Atenas / Nova Iorque).
Nas notas nacionais, Álvaro Domingues, desvenda as suas “Paisagens Transgénicas”, na Galeria dos Paços do Concelho e no Gabinete Triplex; a Brotéria e Matilde Torres Pereira assinam a presença, também inédita, da Bienal em Lisboa, com “Uma Mística da Fragilidade”. Alice dos Reis, Cláudia Varejão e Francisca Rocha Gonçalves integram a mostra “Opacidade da Água”, ao lado de Elspeth Diederix e Mandy Barker e, no espaço da escola artística Árvore, instala-se o projeto Sustentar, também uma iniciativa da Plataforma Ci.CLO, que promove o desenvolvimento de projetos fotográficos e videográficos com perspetivas artísticas sobre iniciativas experimentais na área da sustentabilidade.
A Estação de São Bento acolherá a exposição “Cidades na Cidade”, no seguimento de uma convocatória ibérica lançada pela plataforma Ci.CLO com o apoio do BPI e da Fundação “La Caixa”, em parceria com a PHotoESPAÑA, ArtWorks e Metro do Porto. O open call desafiou artistas portugueses e espanhóis a desenvolver projetos fotográficos sobre iniciativas comunitárias urbanas no campo da justiça social e ecológica. Carlos Barradas, com um projeto sobre o URBiNAT, no Porto, e María Sainz Arandia, com um projeto sobre a Cabanyal Horta, em Valência (Espanha), foram os artistas selecionados para integrar este projeto colaborativo.
Paralelamente, a Bienal’21 acolherá conversas públicas e workshops, entre os quais a primeira edição do workshop internacional “Art in Action - Climate and Social Responsibility”, nos dias 15 e 16 de maio, com Krzysztof Candrowicz, Anna-Kaisa Rastenberger, Arianna Rinaldo, Erik Vroons.
O acesso às exposições e atividades paralelas é gratuito e sujeito à lotação dos vários espaços, que cumprirão todas as medidas de segurança sanitária necessárias. Os horários das exposições estão disponíveis no site da Bienal ’21 Fotografia do Porto.
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