Que visão romântica é esta? No último mês estive a realizar uma formação para me tornar consultora oficial da Marie Kondo. Esta formação torna-me consultora trainee e permite-me aplicar e utilizar o método konmari na casa das pessoas e ajudá-las a viver de uma forma mais simples e feliz. Represento a marca e sou também responsável pela divulgação da sua mensagem pelo mundo, para que todos possamos viver com aquilo que nos traz alegria e deixar ir aquilo que já não traz.
O método konmari não é apenas organização é também uma forma de estar. É desapegarmo-nos daquilo que não nos traz alegria, valorizarmos os objetos que temos e sermos gratos por eles e pelo nosso espaço. Fazermos este processo de forma profunda e intensiva faz com que, inevitavelmente, exista um questionamento geral e tenha impacto directo na nossa vida, nas nossas relações sociais, profissionais, na nossa agenda e compromissos e nas nossas rotinas. É uma mudança drástica e uma mudança de rotina, utilizando a questão simples e direta: "Does this spak joy?" ("Será que isto me traz alegria?", em tradução livre).
Para que isso aconteça é necessário fazer um questionamento individual de cada objeto, bibelot, roupa, talher... tudo o que temos em casa. É um processo cansativo e exige algum tempo? Sim. É um processo que traz ao de cima muitas questões emocionais? Sim. É um processo que vai tornar, por momentos, a nossa casa ainda mais caótica? Sim. Mas todas estas etapas são importantes para que, no fim, possamos atingir o nosso espaço e a nossa vida ideal. É uma transformação pessoal.
Para que possamos desapegar e deixar ir aquilo que já não "spark joy" na nossa casa e na nossa vida, temos que perceber a principal causa de apego.
A maior parte das vezes a nossa casa reflete aquilo que fomos, somos e o período da vida pelo qual passamos. Muitas vezes mantemos coisas do passado que já não nos representam, mas continuamos com elas porque temos uma ligação e poderemos sentir culpa se deitarmos fora tais objetos. Essa limitação é criada por nós sem qualquer necessidade. É importante desapegarmo-nos do passado para vivermos o presente.
Existem apenas duas razões primárias para nos ser tão difícil, por vezes, desapegar de objetos ou situações:
- Apego ao passado;
- Receio do futuro.
Em relação ao passado, temos que honrá-lo e sermos gratos pelo que aconteceu, não temos que carregá-lo. Desta forma estamos a ocupar espaço precioso e útil na nossa casa, afectando o nosso bem-estar e o nosso dia a dia físico ou emocional.
Focando no futuro, há questões como "Posso precisar disto?", "Pode servir para a minha filha?", seja o que for, que nos fazem acumular coisas. Após perceber se os objetos nos trazem alegria, temos que perceber que tempo e espaço têm implicações na nossa vida e na nossa casa. Manter algo que poderá ser preciso num futuro hipotético não é uma boa solução. São muito poucas as coisas que são insubstituíveis e que realmente são precisas.
Quando conseguir tomar a decisão de deixar ir aquilo que já não o faz feliz, permita-se agradecer. Agradeça ao objeto, à roupa, seja o que for. "Obrigado/a por me teres aquecido estes anos todos", "Obrigado/a por me fazeres perceber que camisolas de gola alta não me favorecem", "Obrigado/a por teres aconchegado o meu filho em bebé". É tempo de se despedir e abrir espaço para novas energias e novos momentos.
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