Portugal é do signo Peixes já dizia o grande Escritor e Astrólogo Fernando Pessoa, assim como outros astrólogos portugueses de reconhecida experiência. Isso significa que os portugueses são um povo com uma sensibilidade especial, naturalmente emotivos e que sentem normalmente cumplicidade com a dor alheia.

Isso pode trazer-lhes indefinição na sua personalidade, sentindo as suas dores, as dos outros e, no final, não sabem exatamente de onde surge essa angústia, a ansiedade, a preocupação e até o sofrimento. Não sabem se a dor é sua ou se sofrem pela dor do outro. Vivenciam medos e inseguranças e tendem a passar essa energia para as pessoas à sua volta.

Talvez por esse motivo ou não, sinto que a família portuguesa do antigamente e, ainda muitas atuais, poderão ter sido “castradoras” dos sonhos dos seus filhos. Revelando constantemente receios acerca do futuro de qualquer membro da família, aprisionando-os e aprisionando-se no medo de tentar algo diferente, do dia de amanhã, de perder a “segurança”…se é que ela existiu algum dia.

Alguns membros destas famílias conseguiram libertar-se quase como as designadas “ovelhas negras” ou “ovelhas desgrenhadas” e perseguiram os seus sonhos. Outros mantiveram-se, dentro dessa energia, tomando as decisões e o caminho que é tradicionalmente suposto, alargando assim, os membros ativos desta família.

Se o leitor teve a oportunidade de nascer numa família de “corvos” significa que poderá ter começado a sua infância com amor, rodeado de familiares preocupados com a sua necessidade. Quando tinha 37ºC de febre, estava “cheio de febre” e corriam para as Urgências mais próximas, assegurando a sua sobrevivência. Se surgiam meia dúzia de borbulhas já se fazia adivinhar que teria sido vítima de uma epidemia. Se franzia um pouco os olhos rapidamente lhe providenciavam uma consulta de oftalmologia. E ai do médico que não receitasse uns óculos, pois se a criança franzia os olhos, só podia ser porque precisava de óculos e, se o médico considerava que não era necessário, era porque não era competente!

Durante a escolaridade foi recebendo instruções sobre o que era melhor para si, focar-se nos estudos e ter avaliações excelentes era tudo o que qualquer criança teria que fazer. Com o objetivo principal de um dia ser “alguém”! Se o leitor é oriundo de uma família de “corvos” tem que ter ouvido isto, pelo menos, uma centena de vezes!

A importância não era a criança aproveitar a infância, ser feliz e preparar-se para um futuro em que conseguisse ter uma profissão que realmente o preenchesse. O mais importante era uma profissão segura que lhe assegurasse estabilidade financeira. De preferência médico, juíz, advogado, professor e outras tradicionais.

Se sonhava ser ator ou cantor, a família de “corvos” iria considerar que não estava no seu perfeito juízo. Se pretendia aventurar-se na criação do próprio emprego outros medos surgiam imediatamente: “E se não aparecerem clientes? Como é que vais pagar os impostos? E tens dinheiro para as despesas iniciais? Ai se não te aguentas, esse negócio não te vai trazer o que esperas…põe os pés no chão.”

Quando chegou à idade adulta, também esta família desejou e procurou ajuda-lo a tomar as suas decisões. A escolha da profissão o mais segura possível, de preferência perto de casa e da família. Porque se alguém precisar de ajuda, há sempre algum familiar que o pode socorrer. As decisões baseadas no medo de que algo mau poderia acontecer, caso optasse por uma escolha mais aventureira.

No amor também esta família tomou, muitas vezes, partido. Desejava-se um homem trabalhador, de famílias honestas…sobre este assunto, estas famílias costumavam fazer logo alguma pesquisa sobre a árvore genealógica do candidato. Procurando “desviar”, se necessário, para o bem dos descendentes. Se fosse uma mulher a entrar para a família deveria ter todas as qualidades de uma boa dona de casa, que mantivesse sempre os “colarinhos” bem brancos das camisas do filho, assim como uma exemplar cozinheira e costureira. Interessava lá se era lutadora e conquistadora dos seus sonhos. O ideal até seria não sair muito de casa para não se envolver em problemas e para não lhe acontecer nada. Assim, não seria motivo de preocupação.
Se o leitor é um sobrevivente de uma família de “corvos” aprendeu a lutar pelos seus sonhos mesmo quando as pessoas mais importantes da sua vida discordavam, fazendo-o desistir quase diariamente dos seus objetivos. Não o faziam sentindo que lhe estavam a fazer mal, mas porque tinham muito medo de que algo de mau lhe acontecesse. Teve de dar o primeiro passo quando sentia uma força muito grande a puxá-lo para trás.

Significa que teve de tomar decisões em que tinha a certeza de que estava no caminho certo, mas havia um nó na garganta e no estomago que quase o fazia recuar. Mas conseguiu. Manteve uma atitude otimista perante a vida e foi-se despindo das ideias mais pessimistas.
Conquistou os seus sonhos porque acreditou e teve fé em si. Acreditou que mesmo nos piores cenários algo poderia correr bem e nunca deixou de sonhar.
Sobre a autora:

Sofia Rito
Autora dos livros: Descubra os Segredos do Tarot (2.ª Edição) e Descubra os Segredos de Lenormand.
Taróloga, Leitora da Aura e de Registos Akáshicos, Terapeuta e autora das Mesa Radiónica de Saint Germain e da Mesa Radiónica Regressiva.
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