A Astrologia não é uma religião, é o estudo dos movimentos planetários e da correlação destes com a nossa vida na Terra. Crer é uma palavra que implica um sentimento de que algo existe ou é verdadeiro, especialmente algo que não necessita de ser provado – e não tem a ver com o estudo da astrologia, e por isso, Eu não creio em astrologia.
E você? A Astrologia ganhou fama através das colunas dos horóscopos e dos nossos esforços colectivos – você gosta da forma como a nossa profissão é vista? Um dos equívocos mais populares é que as pessoas vêem a astrologia como um assunto em que temos que acreditar, mas a astrologia não é fé. A simples afirmação – Eu acredito na astrologia – aumenta a reputação duvidosa da nossa profissão.
O público em geral tem um grande fórum onde aprender astrologia, fórum que forma o conhecimento básico principal para se formar opinião acerca da astrologia – os horóscopos diários, semanais e mensais. E quando esse público contacta com astrólogos muitas vezes faz afirmações do tipo que acredita ou não acredita em astrologia. Como responde você?
Recentemente apresentei quatro palestras sobre “Psicologia e Astrologia” a 150 estudantes de uma turma de Psicologia, e a pedido da professora deles. O que é que estas duas áreas têm em comum foi o cerne da conversa. Antes de apresentar as palestras tive várias conversas longas com a professora, que é muito religiosa.
Uma das suas maiores preocupações era a de que o grupo não deveria ser ofendido, já que muitos dos seus estudantes provêem de famílias muito devotas. A expectativa é que a minha abordagem ao tópico fosse a partir de uma perspectiva profissional e académica para estudantes de 17-18 anos. Foi-me pedido que preparasse um guião detalhado da minha palestra, para ser examinado pelo director da escola.
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Durante 77 minutos apresentei definições da astrologia – o que é e o que não é. Defini a astrologia como uma linguagem de símbolos e não como uma ciência, e pelo facto de não encaixar nos actuais padrões científicos de escrutínio, nem como uma arte, visto que tem demasiados componentes científicos e pode ser aprendida sem qualquer talento artístico. Dei aos estudantes uma breve história da astrologia, descrevendo como e quando foi ensinada nas universidades e onde pode agora ser estudada. Não é maravilhoso que tenhamos o Kepler College para acrescentar à nossa credibilidade profissional?
Discuti os tipos de personalidade básicos de Briggs-Myers e comparei-os aos arquétipos astrológicos, que descrevi com maior detalhe. Além disto falei de Carl Jung, de astrologia e mitologia. De modo a demonstrar a diferença entre um horóscopo de jornal e o verdadeiro horóscopo mostrei aos estudantes o mapa de George Bush e ilustrei o alcance limitado do signo solar em astrologia, deixando apenas visível o Sol na folha de acetato.
Quando regressei da conferência da OPA recebi 150 cartas de agradecimento dos estudantes. Deixem-me partilhar alguns dos comentários desses jovens adultos para demonstrar porque penso que não devemos sublinhar que acreditamos em astrologia.
"Gostaria de aproveitar esta oportunidade para lhe agradecer a visita em nome da comunidade astrológica à nossa turma " "A sua palestra tão interessante, como informativa ". "Descobri um novo respeito pela astrologia, sempre considerei os horóscopos demasiado vagos e que aquilo só podia significar que a astrologia não era válida." Não sabia que a podíamos estudar como uma profissão e que tinha uma longa história. "Fiquei de certa forma intrigado com os signos solares e lunares, a classificação de elementos dos símbolos; Fiquei impressionado com a complexidade da astrologia." "Vejo-a agora mais como uma ciência e não como qualquer tipo de religião". Estas frases representam as afirmações mais comuns.
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Fiquei entusiasmada por ter a oportunidade de ensinar a 150 jovens adultos que a astrologia não é um jogo de sala de estar, mas um estudo sério. Tive a oportunidade de mostrar que a astrologia é uma ferramenta útil, e assegurar aos estudantes com convicções religiosas de que também não se tratava igualmente da minha fé. Sempre afirmei a qualquer pessoa que estivesse a ouvir que eu não acredito em astrologia, mas que a uso como uma ferramenta para me ajudar a entender a vida em todos os seus aspectos.
Será isto ser “picuinhas” com as palavras? Não penso que assim seja, porque as nossas afirmações definem as premissas básicas da razão porque é que praticamos astrologia ou porque a estudamos. Se tivermos orgulho profissional na nossa escolha de carreira, então penso que servimos melhor a sociedade definindo a astrologia de acordo com isso. Reparou que alguns dos estudantes assinalaram que me viram como representante da comunidade astrológica? Como representamos nós a nossa profissão?
As palavras têm peso e escolher as mais indicadas é de extrema importância. Por favor considere substituir a afirmação – Eu acredito em astrologia – por algo que não implique fé e crenças. Lembre-se fui vista como representante da nossa comunidade e de cada vez que falamos de astrologia é desse modo que vamos ser apreendidos. Somos nós que criamos a astrologia de signo solar, que afirmamos que a astrologia é algo em que acreditamos, e somos nós que damos e continuamos a dar à astrologia a sua reputação, para o melhor e para o pior. Você acredita em astrologia – Eu não.
© Anne Massey 2001
in Jornal de Astrologia
Primeiros direitos de publicação concedidos à Organization of Professional Astrologers. O artigo apareceu no Boletim do Inverno de 2002. Anne Massey é presidente do Fraser Valley Astrological Guild, membro da ISAR, OPA e da Finnish Astrological Association, e tem Certificado Profissional de Astrologia.
Por Anne Massey
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