“Se o PAM não receber financiamento adicional, teremos de parar de distribuir alimentos aos refugiados em abril”, disse o diretor da agência da ONU na Etiópia, Chris Nikoi, num comunicado divulgado na terça-feira, no qual se alerta que a seca causada pelo fenómeno meteorológico El Niño pode deixar quase 16 milhões de pessoas com fome.
“O PAM está extremamente preocupado com a deterioração da segurança alimentar no norte da Etiópia, onde muitos já enfrentam uma situação terrível”, sublinhou.
Chris Nikoi sublinhou que o PMA está a trabalhar “incansavelmente [para tentar evitar] uma grande catástrofe humanitária”.
Assim, a organização espera prestar assistência a cerca de três milhões de pessoas no norte do país, especialmente na região de Tigray, que ainda nem recuperou da guerra travada entre 2020 e 2022 pelo Governo central da Etiópia e os rebeldes Tigrin, que causou a morte de centenas de milhares de pessoas.
As regiões de Afar e Amhara, onde os limiares da crise já foram ultrapassados, tal como foi reconhecido pelas Nações Unidas, as pessoas também sofrem de insegurança alimentar, apesar da situação atual não refletir condições de fome.
Segundo a ONU, três fatores devem ser cumpridos para se declarar o estado de fome: 20% das famílias enfrentam escassez extrema de alimentos, pelo menos 30% das crianças sofrem de desnutrição aguda e a taxa de mortalidade diária excede duas em cada 10.000 pessoas.
Mais de 860 pessoas morreram de fome no Tigray nos últimos quatro meses, até dezembro de 2023, confirmaram as autoridades regionais à agência de notícias EFE, a 18 de janeiro.
A Etiópia enfrentou simultaneamente inundações e chuvas torrenciais, que atingiram partes do sul do país nos últimos meses, devido ao El Niño, bem como uma seca persistente no norte.
O Governo etíope estima que 15,8 milhões de pessoas passarão fome e vão necessitar de assistência alimentar em 2024.
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