Gulnara Karimova era uma diva no Uzbequistão. Era, provavelmente, a mulher mais famosa do país. Cantava, dançava e chegou a criar uma marca de roupa, a Guli, que fez sucesso na semana da moda de Nova Iorque em 2011.
Gulnara Karimova era uma verdadeira socialite. E como todas as socialites gostava das redes sociais, porque a Internet mostrava-a como ela gostava de ser vista: bonita, rica e poderosa.
Publicado em novembro de 2013, este foi o seu último Tweet, escrito em alfabeto cirílico. A mensagem diz qualquer coisa como: "A vida é um bumerangue. Mais cedo ou mais tarde, tudo voltará".
Mas desde 2014 ninguém sabe da filha mais velha do antigo ditador do Uzbequistão, Islam Karimov, que morreu em setembro de 2016 ao fim de 26 anos no poder.
Todas as redes sociais da empresária foram desativadas. Segundo o The New York Times, Gulnara Karimova não apareceu no funeral do pai e o seu filho, Islam Karimov Junior, está exilado no Reino Unido.
Numa entrevista à BBC em 2016, o neto do antigo ditador diz mesmo que a mãe está detida em casa pelos serviços secretos uzbeques.
Karimova era vista como "a natural sucessora" do pai
Gulnara Karimova, de 45 anos, foi aluna da Universidade de Harvard. Desde cedo sobressaiu entre os pares pela sua beleza. Com 1,82 metros de altura, soube sempre usar a boa imagem para chegar onde queria. Era considerada a "natural sucessora" do pai, mas desapareceu da vida pública - e também da vida privada - dois anos antes da morte do progenitor.
"Era uma mulher que não se cansava de receber atenção e estava por toda parte e agora não se ouve uma só palavra dela desde 2014", comenta Steve Swerdlow, investigador da Human Rights Watch.
No ano passado, o Governo uzbeque quebrou o silêncio sobre a ex-empresária revelando que esta tinha sido condenada a cinco anos de "liberdade restrita" por evasão fiscal, extorsão e roubo de propriedade do Estado.
Islam Karimov Junior acredita que a mãe está nas mãos do poderoso serviço de segurança do país, o SNB, e na entrevista ao serviço em inglês da BBC exige explicações do Estado do Uzbequistão.
Comentários