Tem um novo romance, "A cidade das mulheres", publicado em Portugal pela editora Suma das Letras. Preparava-se para começar a escrever outro quando o homicídio de George Floyd, um cidadão negro indefeso que foi vítima do polícia branco Derek Chauvin, no passado dia 25 de maio, a fez rever prioridades. "Senti que não era altura para desaparecer mas, sim, o momento de fazer qualquer coisa para ajudar", confessa Elizabeth Gilbert em entrevista exclusiva à edição de agosto da revista Saber Viver.
"Tenho estado muito envolvida no ativismo contra o racismo. Mudar a América é muito mais importante do que escrever qualquer livro neste momento", considera a autora de "Comer, orar, amar", a obra autobiográfica da jornalista que a atriz Julia Roberts interpretou no cinema. "Sinto que temos a oportunidade de, finalmente, ganharmos esta guerra civil que vivemos há séculos", acredita. "Curiosamente, Donald Trump [presidente dos EUA] tem-nos ajudado muito, porque é tão terrível e a sua falta de compaixão com os seres humanos é tão notória que ajudou a ver esses defeitos na América e a lutarmos contra eles", sublinha.
"Sou uma otimista e, quando vejo muitas pessoas brancas envolvidas na luta, algo novo, incluindo muitos jovens, acho que este é o momento de ter esperança", afirma Elizabeth Gilbert, uma crítica do capitalismo. "Todos já vimos o que o mundo capitalista, liderado há séculos por homens brancos, fez. Portanto, está na hora de desistir desse tipo de poder e fazer exatamente o oposto", apela. "Para mim, o oposto são as mulheres negras. Uso o facto de ter muitos seguidores nas redes sociais para lhes dar voz", admite.
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