"Queremos recolher boas práticas com o objetivo de identificar os problemas que existem relativamente às mulheres no transporte público. Os números provam que as mulheres usam muito menos o transporte público do que os homens", disse à Lusa Nuno Sardinha, da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL).

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O projeto é pioneiro e, por isso, há poucos dados, mas a perceção é que preocupações com a segurança contribuirão para esta desigualdade de utilização, e Nuno Sardinha ilustra que fora da Europa existem soluções para problemas como o assédio que passam por carruagens separadas, embora afaste esse tipo de solução.

"Não vai ser necessário ir tão longe, mas um botão de pânico, de segurança, numa paragem de autocarro, pode ser uma solução que sinalize as autoridades de que há um problema", sustentou.

A EMEL vai coordenar as atividades do Observatório Nacional do projeto europeu Transport Innovation Gender Observatory, que encerra hoje em Lisboa a sua primeira reunião de parceiros.

Trata-se de um projeto liderado pela Universidade britânica de Coventry, financiado na totalidade pela Comissão Europeia, num montante de quatro milhões de euros, envolvendo 13 países: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Irlanda, Itália, Lituânia, Portugal, Reino Unido, Roménia e Suécia.

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Um dos contributos da EMEL será o da partilha de dados relativos às bicicletas de uso partilhado GIRA, que têm uma utilização muito inferior por parte das mulheres, apontou Nuno Sardinha.

Serão também pedidas informações a outras empresas e atores no terreno, bem como realizados questionários, entre outro tipo de estudos, referiu.

Durante três anos será feito um diagnóstico e uma recolha das boas práticas, que depois serão dadas a conhecer às empresas, à academia e aos decisores políticos, para que as possam adotar.