Ana Rita Costa é licenciada em Terapia da Fala e mestre em Ciências da Fala e Audição pela Universidade de Aveiro. É ainda neurocoach (Certificação Internacional de Coaching e PNL), com especial interesse no trabalho com equipas e na área dos relacionamentos e parentalidade.

Cedo enveredou pela criação e coordenação de uma equipa, rapidamente transformada em empresa, a Fale Connosco – Saúde Personalizada, tendo sempre procurado formação adicional, tão necessária às funções que atualmente desempenha, nas áreas de gestão e recursos humanos.

Tem ainda experiência como formadora, nomeadamente nas áreas de desenvolvimento infantil e comunicação, sobretudo com famílias.

Quem é a Ana Rita Costa, empreendedora?

A Ana Rita Costa, empreendedora, nasceu quando aquela rapariga jovem, acabada de formar, não satisfeita com uma proposta de emprego estável, a tempo inteiro, horários certos, decide arriscar e vir para a capital, sem qualquer garantia ou referência, para trabalhar na área que sempre a apaixonou mais - o desenvolvimento infantil - e, simultaneamente, investir, que é também empreender, numa relação pessoal até então à distância. Definitivamente uma Rita decidida, com objetivos definidos e que, aconteça o que acontecer, não baixa os braços. Como costumo dizer, manipulando um pouco os ditados populares, “quando se fecha uma janela, abrem-se várias portas”, temos apenas que estar atentos para as saber abrir e não ter medo de as atravessar.

Porque decidiu criar a sua própria empresa, em alternativa a um trabalho por conta de outrem?

No momento em que aquela Rita jovem decidiu arriscar, foi quando nasceu a empreendedora. Confesso que nessa altura ainda não sabia, mas foi uma questão de tempo até descobrir.

Comecei por trabalhar por conta própria, percebendo e desenhando o meu modelo de intervenção, e rapidamente os bons resultados se começaram a traduzir numa agenda cheia, deixando de ter capacidade de responder a todos os pedidos de marcação. O que podia então fazer? Recusar marcações ou então, que foi a minha opção, procurar uma colega para trabalhar comigo. Não fiz logo a escolha certa, mas à segunda acertei e a prova é que a minha colega Rita Pereira está comigo desde o início da empresa.

No ano seguinte, o volume de trabalho e a procura de outras especialidades tornou natural a constituição de uma empresa onde pudesse pôr em prática o meu conceito próprio de intervenção, longe ainda de imaginar como iríamos crescer em tempo de crise.

E o que diferencia o vosso conceito?

Cada pessoa é única e tem necessidades diferentes, por isso nós não temos respostas pré-feitas para cada tipo de avaliação/intervenção. Cada plano é desenhado de acordo com as necessidades da pessoa, que têm sempre em conta o contexto onde se insere.

Privilegiamos a comunicação e a aproximação aos nossos clientes e, aqui, a simpática e atenciosa voz da empresa - Helena Costa, a nossa assistente virtual - é a pedra basilar da nossa cultura de empresa.

Também na formação, que é para mim imensamente gratificante, não há dois workshops iguais: a apresentação até pode ser a mesma, mas são os grupos, as pessoas e as suas preocupações que ditam o rumo.

Na essência, trabalhamos de pessoas para pessoas. É crucial que as pessoas que dão a cara por nós trabalhem naquilo que verdadeiramente as apaixona e sejam felizes, o que, na minha opinião, faz verdadeiramente a diferença. Ainda temos muito a desenvolver e melhorar mas tenho excelentes indícios que estamos a caminhar no bom sentido.

Quais as maiores conquistas e desafios que teve com a sua empresa?

Desde que vim para a capital ouvi muitos nãos, sempre acreditando que podia estar mais perto dos sins e, como sempre fiz, não desisti dos meus objetivos. Tive dias em que acreditei mais e outros em que acreditei menos, chorei tantas vezes. Mas levantei-me sempre e um dia esses sins começaram a surgir.

Comecei a sentir o reconhecimento pelo que fazia, tive os meus altos e baixos, claro, mas isso não me impediu de continuar o meu caminho. Na zona de desafio - talvez quase pânico -, criei a minha própria equipa, procurei formação complementar em gestão e recursos humanos e seguiu-se então naturalmente a constituição do meu negócio. Hoje tenho um enorme orgulho em coordenar uma equipa que veste a camisola e acredita nesta empresa que, como costumo dizer, foi o meu primeiro "bebé", com o qual continuarei permanentemente a aprender e evoluir.

Como avalia o seu percurso até este momento?

Sinceramente, acho sempre que podia fazer melhor. O meu maior desafio e aquele em que trabalho diariamente é encontrar a melhor versão de mim mesma, enquanto mulher, mãe e profissional, e encontrar o equilíbrio. Talvez exatamente por isto sou viciada em formação, tão importante quer para o desenvolvimento profissional como para o pessoal.

Destaco do meu percurso que esta Rita não desiste dos seus objetivos e batalha com todas as suas forças no campo pessoal e profissional e assim tem crescido a empresa, com serviços de qualidade, que se vão destacando no mercado, e cada vez conseguindo valorizar melhor os seus profissionais, um dos grandes objetivos que estamos a trabalhar.

5 conselhos para quem deseja criar a sua própria empresa:

1. Sigam as vossas paixões. A paixão pelo que fazemos e a forma como a transmitimos é o primeiro passo para o sucesso de um negócio. Sejam felizes naquilo que se propõem a fazer;

2. Procurem formação adequada às funções que vão desempenhar e nunca deixem de procurar novas oportunidades de aprendizagem;

3. Invistam na seleção das pessoas para a vossa equipa, percebam se se identificam com os valores da vossa empresa. Aceitem que, sobretudo à medida que esta cresce, deixam de conseguir estar em todo o lado. Aprendam a delegar, confiem em quem vos rodeia, dêem autonomia aos vossos colaboradores;

4. Não descurem a procura de boas parcerias e o networking. Como escreve Clarice Lispector, considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX, quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe;

5. "A vida é bela, o Mundo é lindo, o céu é azul e o sol brilha. Pode não brilhar aqui mas EU posso procurar noutro lugar, pode não brilhar agora mas EU sei que vai voltar a brilhar." Esta é uma frase minha que, quem me conhece, já ouve desde a faculdade e que na minha opinião é uma importante máxima também para quem quer criar a sua própria empresa. Isto porque vão surgir dificuldades, barreiras a ultrapassar e é preciso, por vezes, esperar que o sol volte a brilhar ou até procurar o sol noutro lugar.


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