A EntoGreen e a Thunder Foods, empresas dedicadas à produção de produtos derivados de inseto, juntamente com a Egas Moniz School of Health & Science, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, e um centro de investigação norueguês, a Norce, apresentaram um novo ingrediente com duas espécies de insetos, que poderá alimentar peixes em aquacultura. “Este novo projeto denominado InFishMix teve como objetivo contribuir para a sustentabilidade do setor da aquacultura a partir de ingredientes de origem inovadora e circular”, sublinham as entidades promotoras.

O consórcio luso-norueguês resultou no desenvolvimento de alimentos compostos para animais com a utilização ao deste novo ingrediente resultante de farinha de Mosca de Soldado Negro (Hermetia illucens) e de Tenebrio Molitor. “A apresentação dos resultados demonstrou o potencial desta fórmula, garantindo todas as necessidades nutricionais do salmão e do robalo em aquacultura, ao mesmo tempo que contribui para a saúde dos animais e para a sustentabilidade ambiental”, salienta a mesma fonte.

Comida à base de insetos vai alimentar peixes de aquacultura
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Segundo Daniel Murta, investigador na Egas Moniz School of Health and Science, “este projeto representa não só uma solução inovadora para os novos desafios existentes na indústria alimentar, mas também uma solução mais sustentável para o setor da aquacultura e para a eficiência ambiental. Ao aproveitarmos os nutrientes provenientes dos insetos, conseguimos reduzir a nossa pegada ecológica e diversificar as fontes de alimentação dos peixes. Neste âmbito, a Egas Moniz School of Health and Science tem um novo Mestrado em Aquacultura Sustentável que visa dar resposta às necessidades específicas do setor aquícola, setor com grande potencial em Portugal e com crescimento acelerado a nível mundial”.

O projeto InFishMix “pretende a redução da dependência de ingredientes tradicionais através desta fórmula, que além de contribuir para a robustez do pescado, está associada a um menor impacto ambiental pela reduzida utilização de recursos naturais”.

Esta iniciativa foi financiada no âmbito do Programa Crescimento Azul dos EEA Grants, mecanismo financeiro criado pela Islândia, o Liechtenstein e a Noruega para reforçar as relações bilaterais entre estes três países e outros países europeus, como Portugal, favorecendo sinergias e reduzindo diferenças de desenvolvimento.