Em comunicado, a Quercus e a Associação Ambiente em Zonas Uraníferas (AZU) referem que, “apesar de estar já iniciada a construção de ETAR em Santar e em Moreira, a água nestes locais está a ser libertada na Ribeira de Calva sem tratamento”.

“Existe uma fossa sética em Moreira de Baixo cujo mau funcionamento é visível a olho nu, com extravasamento das águas dos esgotos para os solos circundantes e para a Ribeira de Calva”, explicam, acrescentando que “o cheiro é nauseabundo e a água da ribeira está preta e nitidamente poluída”.

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As associações referem-se ainda a uma outra fossa existente na aldeia de Pisão, que “também extravasa as suas águas contaminadas para os solos circundantes e para a Ribeira de Calva, originando o mesmo cenário de cheiros nauseabundos e águas poluídas”.

Segundo as associações, neste momento, na Ribeira de Calva, corre “água proveniente dos esgotos, sem a presença de água natural do curso de água”, um facto que “é revelador da gravidade da situação” que se vive.

“As termas de S. Gemil e respetiva praia fluvial são diretamente afetadas pela poluição transportada por este afluente de Rio Dão”, acrescentam.

Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Nelas, Borges da Silva, admitiu a existência de “não conformidades ambientais, mas que felizmente têm uma solução à vista a curto prazo”.

O autarca avançou que, até ao final do ano, deverão ficar “em fase de arranque” seis ETAR que “estão praticamente construídas” em Lapa do Lobo, Aguieira/Carvalhal Redondo, Moreira, Casal Sancho, Santar e Vilar Seco, num investimento de 1,8 milhões de euros, financiando pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).

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“Em Nelas, está a ser construída uma grande ETAR e sistema intercetor, que vai abranger toda a freguesia de Nelas, incluindo quer as duas zonas industriai - a 1 (na estrada para Mangualde) e a do Chão do Pisco -, quer as aldeia de Folhadal e Algeraz, quer todo o aglomerado urbano de Nelas”, explicou.

Borges da Silva disse que, “até ao final do ano, estarão todas em fase de arranque”.

No que respeita às fossas séticas, “foram mantidas algumas, que estão a ser acompanhadas por uma empresa com contrato de concessão” e, “onde se verificarem não conformidades, far-se-à uma intervenção”, acrescentou.

O autarca realçou que este executivo colocou as questões ambientais no centro da política municipal, tendo o POSEUR apoiado investimentos de perto de dez milhões de euros no ciclo urbano da água.