Será que a Segurança Social é sustentável?
De pouco vale atirar com números e estatísticas. Por vezes, o senso comum é a melhor arma que temos. Estudos há muitos e é possível encontrar uma estudo que diga uma coisa e outro o oposto. Para contribuir para esta discussão é importante pensar qual a forma de financiamento das nossas reformas: os trabalhadores no ativo financiam as reformas dos trabalhadores reformados.
É um sistema que aparentemente faz todo o sentido e que toca no conceito de solidariedade entre gerações. Os reformados atuais já pagaram as reformas dos que lhes antecederam.
O que é que mudou?
O problema com este sistema de financiamento prende-se com as alterações demográficas: temos menos filhos e vivemos mais anos.
Assim, somos uma sociedade em envelhecimento e que irá reduzir em muito o número de habitantes. Logo, é mais difícil financiar as reformas mantendo a fórmula de cálculo e as taxas de contribuição para a Segurança Social (que estão atualmente em 34.75% do salário bruto).
O fator de sustentabilidade…
Em 2008 foi introduzido o fator de sustentabilidade na fórmula de cálculo das pensões. Estes fator visou incorporar no cálculo da pensão a alteração da esperança média de vida. Na prática, aconteceu com muitas pessoas descontar 10 anos e viver 20 na reforma. Assim, se esperamos viver mais anos deveremos descontar mais. Certo?
O resultado da aplicação deste fator de sustentabilidade implica que a partir de 1 de janeiro, quem quiser reformar-se, irá ter de trabalhar mais 1 mês. A idade da reforma passa assim para os 66 anos e 6 meses. E tenha em atenção que esta tendência será de aumento.
O que concluir?
A ideia a retirar é que temos de nos valer a nós próprios e desenvolver o hábito de poupar para a reforma. Aproveitar que a queda das taxas de juro implicou numa redução das prestações com créditos (reduziu fortemente as taxas de esforço das famílias) e destinar parte desta poupança para o aforro de longo prazo.
Sim, é difícil destinar dinheiro à poupança, mas diz-nos a experiência que não só é possível como acaba por se traduzir no aumento da poupança como um todo. Ou seja, quem poupa para a reforma não estará necessariamente a retirar esse dinheiro das suas outras poupanças.
Como poupar?
Existem vários produtos que são destinados ao aforro de longo prazo. Na prática, têm um enquadramento fiscal muito interessante, sendo o mais relevante no imposto sobre os lucros. Assim, sugerimos que conheça em maior detalhe o que são seguros de capitalização e os detalhes dos planos poupança reforma.
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