Melânia Gomes, de 27 anos, que já tem um contrato de exclusividade com a TVI, divide a vida com o ator, cantor e encenador Mário Redondo, que conheceu no Parque Mayer e com quem poderá contracenar em breve numa comédia romântica. Agora vemo-la na telenovela Anjo Meu, na pele de Lúcia, uma médica bem ao estilo dos anos 80.
Veio para Lisboa com 18 anos para ser atriz?
Sim. Eu sempre quis ser atriz, mas nessa altura os meus pais queriam que eu fizesse um curso superior, e ainda fui para Braga fazer sociologia mas não me sentia nada bem porque não era aquilo que eu queria. Quando vi o anúncio na televisão a pedir atores amadores para a Academia de Santo Amaro, não apensei duas vezes.
Aí os seus pais acabaram por aceitar.
Depois de verem com os próprios olhos que eu não estava bem em Braga, e que estava feliz a fazer teatro amador em Lisboa aceitaram muito bem.
Vieram a Lisboa vê-la?
Vieram e gostaram muito. Depois foi tudo muito rápido: Entrei na Academia em Janeiro de 2003, e, em Agosto, já estava no Parque Mayer a fazer a primeira revista, “Vai Pra Fora ou Vai Dentro”! Acabei por ficar no Parque sete anos.
Estreou-se na televisão com o Camilo de Oliveira?
Ele veio ver-me ao teatro e convidou-me para fazer “Camilo em Sarilhos”. Depois de entrar na segunda série, comecei a fazer “Malucos do Riso”, Maré Alta e nunca mais parei...
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Até que recebeu um prémio que a encheu de orgulho.
Foi a Máscara de Ouro de teatro, atribuído pelo Hélder Costa. É um prémio anual que já distinguiu Marco di Camillis, Anita Guerreiro, Ruy de Carvalho, entre muitos outros. Também me orgulha o facto de este prémio nunca ter sido dado a ninguém tão jovem! Na altura tinha 24 anos.
Qual foi a sua primeira novela?
Foi "Tu e Eu", já há muito tempo. Fiz muitas participações nos elencos adicionais de várias novelas, mas, em “Deixa-me que te Leve”, em 2009, fiz parte do elenco fixo, era a cozinheira galega apaixonada pelo lobisomem.
Foi essa personagem que lhe trouxe mais visibilidade.
É verdade. As novelas são vistas por muita gente... E nessa altura toda a gente acreditava que eu era galega e isso foi muito divertido.
Por falar em exposição, há dias li sobre o suposto namoro com Marco di Camillis.
Notícias sobre a vida privada são difíceis de gerir?
Nunca me tinha acontecido uma coisa tão bizarra porque graças a Deus sempre pude ter uma vida tranquila e quando comecei a ter mais visibilidade também já tinha um relacionamento estável que ainda se mantém. O que eu percebi com este episódio é que qualquer pessoa pode mandar um email para as redações com as maiores barbaridades que as revistas publicam!
Sofreu com isso?
Fiquei admirada porque não estava a contar com aquele disparate, mas até nos rimos bastante porque toda a gente sabe que aquilo é mentira...
Já conseguiu perder o seu sotaque nortenho.
Assim que comecei a fazer castings em Lisboa, fiz questão de não ter sotaque. Somos todos portugueses e isso é que é verdadeiramente importante.
Está feliz com tudo o que já conseguiu?
Estou e nunca pensei que as coisas fossem acontecer tão rapidamente.
Tem estado sempre a fazer teatro?
Sim. Recentemente fiz O Carteiro de Pablo de Neruda, em Almada, um clássico do Teatro de Almada, feito pela primeira vez há 15 anos pela São José Correia. O Pablo de Neruda continua a ser o André Gomes.
O que vai fazer a seguir?
Tenho o projeto de um monólogo que já fiz no ano passado. Agora vou dar uma volta ao texto e assumir que sou eu que estou a fazer a personagem. É um universo louco e de profundo desequilíbrio, quase uma mulher esquizofrénica.
Já contracenou com o seu marido?
Conhecemo-nos no Parque Mayer e talvez vá trabalhar com ele numa comédia romântica. O Mário como é encenador e tem muito mais experiência do que eu, ajuda-me muitas vezes a preparar as personagens.
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O que faz nos tempos livres?
Tenho estado muito concentrada na minha alimentação e na minha saúde. Quando estou a gravar é muito difícil comer bem porque ora estou o dia inteiro no plateau ou tenho longas pausas que são muito perigosas porque dão imensa vontade de comer...
E o pior é ser um trabalho muito parado, circunscrito ao estúdio.
Mas não deixa de ser intenso porque acordo às seis da manhã e deito-me tarde.
Faz exercício físico?
É fundamental para mim porque tenho a tensão muito baixa. Mas nesta altura estou a mesmo interessada em melhorar a minha alimentação e estou a ter ajuda profissional e técnica da clínica Be.
Está a sentir-se bem?
Muito bem. Numa semana já perdi um quilo e meio e o melhor é que não passo fome, pelo contrário, como mais agora do que comia, e nunca tenho fome. É um processo bastante acompanhado.
Já tinha feito alguma coisa antes?
É a primeira vez que estou a fazer uma coisa a sério. A partir dos 25 anos engordei um bocadinho e ainda mais desde que deixei de gravar. Agora regressei ao ginásio e estou a sentir-me muito melhor.
Faz ginástica acompanhada ou sozinha?
Estou a fazer um treino acompanhado no Aquafitness, porque é muito importante estar acompanhada em todo este processo. O Alexandre Fernandes, na Clinica Be, ajuda-me na alimentação (criou-me hábitos alimentares e dá-me ferramentas que me ajudam em qualquer situação) e o Roberto Felício, que é meu PT, ajuda-me obviamente a perder massa gorda e a ganhar massa muscular, mas também evita que me magoe, uma vez que tenho problemas nas costas e tendência para me lesionar. Assim estou sempre vigiada, sou sempre corrigida caso faça algo errado e a taxa de sucesso é muito maior. Os resultados são também muito mais rápidos!
O que a distrai?
Sempre que posso vou ao teatro, ver os colegas. E vejo todo o tipo de peças, ainda recentemente fui a um musical infantil. E no final gosto de manifestar a minha opinião aos atores.
Recebe amigos em casa?
Adoro. Também vou a casa deles, conversamos, jogamos, convivemos... E também gosto de estar com a família e de fazer jantares para os pais do Mário, e, aos fins de semana, sempre que posso também vou visitar a minha família. Tenho uma grande preocupação em dividir o tempo que tenho pelas pessoas que gosto.
E filhos, gostava de ter?
Curiosamente nunca tive um grande apelo pela maternidade, mas desde que fiz a Catarina que estava grávida, passei a olhar para as crianças de uma maneira diferente. Vivi tanto o universo da maternidade e dos primeiros anos de vida, fui tantas vezes à Maternidade Alfredo da Costa e assisti a tantos partos que fiquei com muita vontade de ser mãe.
Foi um momento enternecedor?
Sem dúvida. Veja lá que a bebé que fazia de minha filha quando ouvia a minha voz, acalmava-se. E isso acelerou em mim as campainhas do relógio biológico... Mas não vou ter já. Depois dos 30 é a idade ideal para ter filhos!
Texto: Palmira Correia
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