A euforia no mercado imobiliário tem causado os seus danos. Os preços sobem, quer para quem compra quer para quem arrenda. É um movimento que não é apenas confinado a Lisboa e Porto mas que começa a alastrar para outras áreas. Assim, poderá fazer sentido pensar se é mais barato comprar ou arrendar casa.
Cada caso é um caso
É fundamental percebermos que não existe uma resposta universal para todos os casos. Em algumas situações é mais barato comprar uma casa. Noutras é mais barato arrendar uma casa, temporariamente ou mesmo de forma definitiva. Assim, um ponto de base neste artigo é que devemos fazer contas e procurar assumir uma postura de prudência, pois o encargo com a habitação é um dos principais custos que terá ao longo da vida.
Porque compramos uma casa?
Este é um dos pontos mais curiosos nas nossas formações. Existem fundamentalmente dois motivos pelos quais as pessoas dizem que compram a sua casa:
- Porque a casa vai ser nossa, assim preferimos estar a pagar por algo que será nosso no futuro. Sendo legítimo, é um argumento enganador pois, mais uma vez, interessa-nos perceber a que custo;
- Porque o valor das rendas é demasiado elevado, o que sendo verdade pode também ser enganador, na medida em que temos de considerar outros custos que não pagamos quando optamos pelo arrendamento.
Existe um terceiro argumento que poderá estar também na base desta opção, que se prende com a expetativa de subida do preço dos imóveis. Durante vários anos habituamo-nos à subida dos preços e portanto achamos que é um investimento que irá sempre valorizar. Podendo ser uma tendência, não é garantido. Muitas pessoas acabaram por ter uma má experiência.
Quais os custos da compra de casa?
Este ponto é um ponto onde deve deter-se durante algum tempo. A compra de casa tem um conjunto vasto de custos e encargos, sendo os principais:
- Juros do crédito habitação – A prestação do crédito habitação é composta por amortização de capital e pagamento de juros. Sendo um encargo mensal, para a análise do custo devemos considerar apenas o valor dos juros, uma vez que a amortização de capital acaba por ser uma poupança forçada;
- Entrada inicial – Atualmente é praticamente impossível comprar uma habitação sem dar pelo menos 10% do valor da aquisição de entrada. Como no ponto anterior, a entrada não é um custo mas antes uma antecipação, mas é essencial que esteja preparado para suportar esta entrada;
- Custos da Operação – A compra da casa tem custos de escritura e de IMT e se recorrer ao crédito habitação tem de suportar ainda encargos com a avaliação e imposto de selo sobre o crédito. Estes custos podem facilmente representar entre 4% e 10% do valor da compra.
- Custos anuais – Existem muitos custos que temos todos os anos, desde o condomínio, seguros obrigatórios (seguro de vida e seguro multirriscos), manutenção, taxas de esgotos e outras tantas.
Vantagens e desvantagens do arrendamento
O arrendamento é uma opção para muitas pessoas, com algumas vantagens. No entanto, nos dias que correm, o valor das rendas está proibitivo, levando muitas pessoas a sair das cidades ou a ter de suportar encargos demasiado elevados. Como principal vantagem temos a flexibilidade, que é preciosa em algumas situações:
- Se temos um emprego precário;
- Se temos a previsão de mudar de local de trabalho, por exemplo, para o estrangeiro;
- Se queremos aumentar a família.
É certo que podemos comprar uma casa e se precisarmos de mudar podemos pôr a casa a arrendar. Mais aí estaremos dependentes do momento de mercado e do risco de incumprimento por parte do inquilino.
Não existe uma solução melhor do que a outra. Devemos analisar cada alternativa com cautela, fazer as nossas contas e depois ser consequentes. No entanto, podemos desde já começar a poupar dinheiro para podermos ter o esforço facilitado, qualquer que seja o caminho a seguir.
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