Cortar um dedo com uma folha de papel
De acordo com Feliciano Sánchez Domínguez, secretário-geral do grupo de trabalho sobre a dor da Sociedade Espanhola de Médicos de Atenção Primária (SEMERGEN), “os dedos estão cobertos com uma concentração extremamente elevada de recetores de dor e isto faz com que sejam especialmente sensíveis comparativamente com outras partes do corpo.”
Tendo em conta que os dedos das mãos estão mais expostos do que qualquer outra parte do corpo, não é de surpreender que os sensores responsáveis por enviar os sinais de dor mais agudos estejam localizados nas camadas exteriores e mais superficiais da pele. Tal como explica Ernesto Delgado, chefe da Unidade de Dor do Hospital de La Milagrosa, estes funcionam como um mecanismo de defesa e segurança dos dedos disparando à mais pequena ameaça.
Dar uma pancada com o cotovelo
Grande parte das pessoas acha que a dor insuportável que sente quando bate com o cotovelo numa esquina se deve ao choque do osso com a superfície em causa. Mas tal como refere Feliciano Sánchez essa justificação não podia estar mais longe da verdade uma vez que a dor está diretamente relacionada com o nervo cubital, que começa na coluna e se ramifica pelos ombros, cotovelos e dedos.
“Quando recebemos uma pancada, o nervo é esmagado contra o osso, causando a dor aguda que toma a forma de cãibra e formigueiro”, esclarece Ernesto Delgado sobre o assunto. É caso para dizer que a "dor de cotovelo" é tramada.
Bater com o dedo mindinho do pé
“O dedo mindinho do pé é uma área distal com muitas terminações nervosas. Quando se bate com um dedo são ativados vários nocicetores ao mesmo tempo que levam, de forma rápida, um sinal ao cérebro”, sustenta o chefe da Unidade de Dor do Hospital de La Milagrosa sobre a dor que acaba por funcionar como um alarme.
Apesar da maior parte das pessoas desvalorizarem este tipo de pancada, Feliciano Sánchez Domínguez faz um alerta: é importante que fiquem atentas a possíveis inchaços e nódoas negras cujo aparecimento possa indicar uma fratura das falanges.
Fazer uma queimadura leve
Outro tipo de dor que é considerada bastante incomodativa insere-se na categoria das queimaduras, ou seja, estamos a falar de queimadelas leves que podemos fazer com um ferro, um tacho quente ou até mesmo com o próprio vapor de água.
“Estas queimaduras são geralmente muito superficiais, afetando as camadas menos profundas da pele que, tal como já tínhamos mencionado, têm um maior número de recetores”, adianta o secretário-geral do grupo de trabalho sobre a dor da Sociedade Espanhola de Médicos de Atenção Primária (SEMERGEN).
Uma picada no nariz
A zona do nariz, por ser uma entrada do corpo, acaba por fazer com seja um local com menos tolerância à dor, sendo normal a ocorrência de “espirros, lágrimas e um fluxo abundante de muco” imediatamente a seguir a uma picada, explicou o neurobiólogo Michael L. Smith num estudo publicado na revista Peer J.
Sobre o facto de algumas picadas doerem mais do que outras, Luis Miguel Torres, presidente da Associação Andaluza de Dor, explica que dor está relacionada com a sensibilidade alérgica da pessoa picada e com a quantidade de veneno que o inseto expele durante a mesma.
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