Há questões que temos de enfrentar sem rodeios. Falar a propósito de hemorroidas, ou da doença hemorroidária, não é, por certo, o assunto mais glamoroso. Contudo, não é por o evitarmos que o “elefante sai da sala”, como se usa dizer, quando a questão toca num tópico que nos causa incómodo e desconforto. Para desanuviar a conversa, saiba quem lê este artigo, que todos nós, humanos, partilhamos de uma característica que nos é comum: todos temos hemorroidas. Sim, as hemorroidas são plexos vasculares, ou seja, conjuntos de vasos sanguíneos que existem no canal anal e fazem parte na nossa anatomia normal. A questão torna-se um tópico de desconforto quando estes vasos sanguíneos nos dão sinal de si, inflamados e dilatados. Nesse caso, a comunidade médica denomina este estado de doença hemorroidária.

Uma conversa sem tabus entre Beatriz Gosta e a enfermeira Carmen

Beatriz Gosta e a enfermeira Carmen não se mostram intimidadas face a um tema tabu, a da doença hemorroidária durante a gravidez, uma situação comum nesta fase da vida da mulher. Uma conversa que toca questões como as causas, os sintomas (ex. sangue, comichão) associados e como os mitigar, muitas vezes com simples medidas diárias, como a hidratação, exercício (por exemplo, caminhar) uma alimentação rica em fibras, evitar o stresse ou a aplicação de um creme localmente. No vídeo que apresentamos na integra neste artigo, as duas intervenientes não esquecem também o pós-parto, um tempo “complicado” para a mãe, mas que não deve obstar à atenção face à doença hemorroidária.

Uma vez mais, há que perceber que neste particular, o da sintomatologia hemorroidária, esta afeta uma parte considerável da população. Dúvidas haja, faça-se uma pesquisa no Google pelo termo “doença hemorroidária” e ver-se-á o motor de pesquisa a devolver-nos centenas de milhares de páginas. Não estamos sós, estima-se que aproximadamente 50% da população irá apresentar sintomatologia hemorroidal em algum momento de sua vida.

Também importante a reter neste breve bê-à-bá das hemorroidas, o facto de estas se dividirem em internas e externas, consoante a sua localização seja mais no interior do canal anal ou na porção mais exterior do ânus, debaixo da pele (ver caixa).

Beatriz Gosta e Enfermeira Carmen mantiveram uma conversa sem tabus a propósito do tema gravidez e doença hemorroidária. Assista no vídeo abaixo à conversa onde foram respondidas inúmeras questões sobre o tema. Saiba também mais AQUI.

Causas possíveis da doença hemorroidária

Antes de avançarmos caminho até aos tratamentos da doença hemorroidária, há que lhe perceber as causas possíveis. Eis, sucintamente algumas destas causas:

- A idade avançada (pela degeneração do tecido de suporte dos plexos fibrovasculares);

- Alterações do padrão intestinal (obstipação ou diarreia);

- Esforço defecatório;

- Gravidez;

- Sedentarismo;

- Certos exercícios (como o levantamento de pesos);

- Fatores alimentares (dieta pobre em fibra, ingestão de álcool, alimentos picantes, entre outros).

Hemorroidas internas formam-se no interior do reto e geralmente não causam dor. Por vezes, projetam-se para fora do orifício anal (prolapso), situação que pode ocorrer quando se defeca.

Hemorroidas externas, aparecem na parte exterior do conduto anal e costumam ser mais dolorosas, em particular quando aumentam de tamanho. Ocasionalmente, pode formar-se um coágulo (trombose hemorroidal) no interior de uma hemorroida externa, o que provoca uma dor muito intensa, prurido ou mesmo sangramento.

Sintomas associados e classificação por graus

Vistas algumas das causas da doença hemorroidária, partamos para os sintomas que lhes estão associados, alguns deles nada estranhos a quem padece do problema: perdas de sangue, prolapso durante a evacuação, sensação de evacuação incompleta, prurido ou dor na região anal.

No que respeita às hemorroidas internas, estas classificam-se por graus:

Grau 1 – Sangram, mas não prolapsam (projeção das hemorroidas para fora do orifício anal) e podem ver-se apenas com o anuscópio;

Grau 2 - Prolapsam durante a defecação ou com o esforço, mas voltam à posição interna quando o esforço termina;

Grau3 - Estão continuamente prolapsadas, mas reduzem-se manualmente com pouco esforço;

Grau 4 - São caracterizadas por prolapso irredutível;

O diagnóstico pode ser feito através da inspeção anal e perianal, o toque rectal e a anuscopia. Por vezes pode ser pedida uma reto-sigmoidoscopia ou colonoscopia para despistar outras doenças.

grau das hemorroidas
Procto-Glyvenol

Tratamento das hemorroidas

Descansa-nos saber que há tratamento para a doença hemorroidária e que com medidas gerais, também chamadas de primeira linha (facilmente adotadas em nossas casas) minimizamos o problema.

No que toca às medidas gerais sublinhe-se:

-  A ingestão adequada de líquidos (1,5 a 2 l/dia);

- Uma dieta rica em fibras ou suplementos de fibras (20 a 30 g/dia);

- Evitar o esforço defecatório e/ou defecação prolongada;

-  Os emolientes (amaciadores) fecais;

-  Os laxantes osmóticos.

 Nas terapêuticas médicas sublinhe-se:

- Os venotrópicos orais, como os bioflavonóides (reduzem sangramento e dor/desconforto associado ao prolapso);

- As pomadas e cremes tópicos (podem conter uma ou mais das seguintes substâncias:  Analgésicos/anestésicos; anti-inflamatórios locais; corticoesteróides, venotrópicos, espasmolíticos; emolientes).

Na ausência de melhoria com as medidas acima referidas, ou em situações particulares como a trombose hemorroidária aguda, deve ser procurada ajuda médica especializada pois pode ser necessário outro tipo de tratamento, eventualmente a cirurgia.

É importante sublinhar que o tratamento tópico é recomendado como primeira linha, nas hemorroidas e em diferentes doenças anais e perianais, sendo útil para aliviar a dor e o desconforto, reduzindo as hemorroidas rapidamente.

Face ao exposto, o Procto-Glyvenol um anti-hemorroidário, afigurasse-nos como uma solução no tratamento de hemorroidas externas e internas, ao reduzir a permeabilidade capilar e melhorar o tónus vascular. Este é um medicamento não sujeito a receita médica, que reduz a dor, o prurido e o ardor, enquanto melhora o tónus vascular, por apresentar na sua composição um anti-inflamatório e um anestésico (o cloridrato de lidocaína atua como anestésico). Este pode ser utilizado em qualquer tipo de hemorroida, independente da sua gravidade (não tem corticoides) e por populações especiais como grávidas (a partir do segundo trimestre), lactantes e atletas de alta-competição.

Utilizado por via retal, o Procto-Glyvenol aplica-se duas vezes por dia, de manhã e à noite, após higiene cuidadosa da região anal, até os sintomas agudos diminuírem. Após este período, reduz-se a posologia aplicando o creme uma vez ao dia.

No que toca ao tratamento das hemorroidas internas, deverá utilizar-se o aplicador que se enrosca na bisnaga e introduzi-lo no ânus, pressionando a bisnaga a fim de introduzir uma pequena porção de creme no reto.

Procto-Glyvenol apresenta-se na forma farmacêutica de creme retal, branco, homogéneo, acondicionado em bisnaga de alumínio, com 30 g de creme retal (preço recomendado de 11,30 euros).


PROCTO-GLYVENOL® - Medicamento não sujeito a receita médica, indicado no tratamento de hemorroidas externas e internas. Contraindicado em casos de hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer dos excipientes. O Procto-Glyvenol® deve ser utilizado com precaução nos doentes com insuficiência hepática grave. Devido à presença de álcool cetílico, o creme retal Procto-Glyvenol® pode causar reações cutâneas locais (ex. dermatite de contacto). A possibilidade de algumas reações alérgicas retardadas, podem ser devidas à presença de parahidroxibenzoato de metilo e parahidroxibenzoato de propilo. A embalagem de Procto-Glyvenol® creme retal contém látex. Este pode causar reações alérgicas em pessoas sensibilizadas. Não existe experiência clínica referente à aplicação do Procto-Glyvenol® em crianças. Ler cuidadosamente as informações constantes do acondicionamento secundário e do folheto informativo e, em caso de dúvida ou de persistência dos sintomas, consultar o seu médico ou farmacêutico.
Informação na gravidez e aleitamento: Não deve utilizar-se o Procto-Glyvenol® durante os primeiros três meses de gravidez. O Procto-Glyvenol® poderá ser utilizado a partir do 4º mês de gravidez e durante a lactação, desde que a dosagem recomendada não seja excedida.