A dermatomiosite é caracterizada por perda de força muscular e por rash cutâneo (vermelhidão na pele) que pode surgir junto ao pescoço, no rosto, nariz, cotovelos e nos joelhos. A poliomiosite é semelhante à Dermatomiosite no que se refere à sintomatologia muscular, mas nestes casos clínicos os pacientes não revelam manifestações na pele.

Os principais sintomas da poliomiosite centram-se na fraqueza dos músculos proximais, o que se traduz na dificuldade de realizar tarefas de rotina, como subir escadas. Quando atinge os membros superiores é observada a dificuldade para elevar os braços acima da cabeça. Em determinados casos clínicos pode também ocorrer dificuldade na deglutição, fraqueza dos músculos do pescoço, febre e artralgias.

Na dermatomiosite, além destes sintomas respeitantes à fraqueza muscular, existem lesões na pele como manchas nas pálpebras superiores, formações escamosas nos dedos, cotovelos e joelhos, bem como fotossensibilidade.

A poliomiosite e dermatomiosite podem anteceder o aparecimento de um carcinoma, sendo os mais comuns o cancro do pulmão, mama, ovários, próstata e cólon.

O diagnóstico é realizado com recurso à conjugação de dados clínicos (observação da fraqueza muscular e lesões cutâneas) e com exames complementares de análises clínicas.

Um dos indícios laboratoriais da existência de uma miopatia consiste nas atividades séricas das enzimas provenientes das células musculares. A destruição das fibras musculares durante o processo inflamatório liberta enzimas que podem ser medidas no sangue, como o aspartato aminotransferase (ASAT), creatina fosfoquinase (CK), desidrogenase láctica (LDH) e aldolase.

Os níveis destas enzimas no sangue apresentam uma boa correlação com o grau de atividade da doença, revelando importância, não só́ no diagnóstico, mas também no acompanhamento da evolução da doença. A pesquisa e identificação de autoanticorpos, incluindo os autoanticorpos contra o núcleo celular (ANA) é igualmente parte integrante do diagnóstico e do seguimento dos pacientes com estas doenças autoimunes.

Um artigo de Maria José Rego de Sousa, médica, doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica.

Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica