Com origem na camada interna de revestimento do útero, é o segundo tipo de cancro do útero mais comum. Cerca de 75 por cento dos casos ocorrem após a menopausa.

As mulheres de raça caucasiana têm maior probabilidade de o desenvolver. O risco é ligeiramente maior em mulheres que têm uma forma hereditária de cancro do cólon e/ou reto.

Elevados níveis de estrogénios e a exposição prolongada a esta hormona (produzida pelos ovários e envolvida, entre outras ações, na proliferação da mucosa uterina) podem estar na origem deste cancro. Assim se explica que mulheres sem filhos (cujo organismo não beneficiou do facto de os níveis de estrogénio diminuírem durante a gravidez), que tiveram a menstruação muito cedo ou uma menopausa tardia (que estiveram, portanto, mais expostas aos estrogénios) correm maior risco. A terapêutica hormonal de substituição com estrogénios e sem progesterona ou o uso de anti estrogénios são também fatores de risco.

O que se pode fazer?

É mais provável que pessoas obesas tenham níveis elevados de estrogénios. A diabetes e a tensão arterial elevada, comuns em caso de obesidade, agravam o risco. Alimente-se bem e mantenha um peso saudável. Limite a ingestão de gordura, diversifique os alimentos e pratique exercício físico. Faça exames regularmente e, se tem hipertensão ou diabetes, seja fiel ao acompanhamento médico.

Tomar uma pílula que combine estrogénio e progesterona diminui o risco de cancro do endométrio. Enquanto a tomam as mulheres correm «maior risco de sofrer coágulos, AVC e ataque cardíaco, especialmente se fumarem e tiverem mais de 35 anos», alerta o National Cancer Institute (NCI). No caso de quem não quer ter filhos, a pílula pode ter benefícios semelhantes aos de uma gravidez, refere a Women's Cancer Network. Fale com o seu ginecologista.

«O recurso à terapêutica hormonal de substituição (THS) só à base de estrogénio aumenta o risco deste cancro, por isso só deve ser prescrita a mulheres sem útero», revela o NCI. Também pode envolver a combinação do estrogénio com progesterona. Nesse caso, «não aumenta o risco de cancro do endométrio, mas aumenta o de cancro da mama, doença cardiovascular, AVC». Fale com o seu médico sobre melhor opção para si. Não deve usar a THS mais do que cinco anos.

Sinais que podem ser indiciadores

Poderão ser recomendados alguns exames se tiver risco hereditário ou se surgirem sintomas como:

- Hemorragia ou descarga vaginal não usual. Inicialmente, a hemorragia poderá ser aguada com uma pequena porção de sangue e, ao longo do tempo, tornar-se mais avermelhada, isto é, com maior quantidade de sangue.

 - Hemorragia vaginal depois da menopausa.

- Dor ao urinar.

- Dor durante as relações sexuais.

- Dor na zona pélvica ou no baixo abdómen.

Texto: Rita Miguel com Vítor Veloso (oncologista e cirurgião)