“Comparando as épocas balneares de 2020 e 2019, em ambos os casos, até 15 de agosto, as praias afetadas por desaconselhamento ou proibição desceram de 30 para 25, isto é, cerca de 2% relativamente ao total de zonas balneares (de 6,1% para 4,0%)”, refere a nota da ZERO.
O desaconselhamento ou proibição de banhos, mesmo que durante um curto período de tempo, afetou 25 praias (das 620 existentes) menos 12 que em igual período do ano passado. Em 22 praias, tal deveu-se a análises que ultrapassaram os limites fixados tecnicamente a nível nacional relativamente aos dois parâmetros microbiológicos que são avaliados (Escherichia coli e Enterococus intestinais).
A associação indica ainda o aumento de 7 para 15 das águas balneares interditadas pelos delegados regionais de saúde, sendo que em 11 casos tal se deveu a problemas de qualidade da água.
Do total de 15 praias até agora interditadas – oito interiores e sete costeiras – as causas devem-se “provavelmente à má qualidade da água, apesar de não haver uma justificação na informação prestada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), como foi o caso da presença de Salmonella na Praia de Pego Fundo, em Alcoutim”, lê-se no comunicado.
A exceção foram quatro casos em que as razões se prenderam com a presença de medusas nas praias de Carcavelos e São Pedro do Estoril, em Cascais, ou Magoito, em Sintra; ou com um arrojamento de uma baleia na Praia Formosa em Santa Cruz, Torres Vedras, acrescenta a ZERO.
A ZERO identificou como pior situação de contaminação o caso do Ilhéu de Vila Franca do Campo, para cuja contaminação têm sido apresentadas várias possíveis explicações, como a presença de gaivotas, contaminação proveniente de ribeiras ou eventual funcionamento inadequado de um emissário submarino.
A praia de Tábua, no concelho de Ribeira Brava, na Ilha da Madeira, é a segunda situação mais grave, com quatro análises acima dos valores.
A ZERO refere ainda casos “como a Praia de Burgães — Rio Caima, interdita já por dois períodos, onde, apesar de não estarem publicadas análises que apresentem contaminação microbiológica, a presença de descargas próximas e a poluição da água era notória”.
A associação denunciou ainda que entre a fronteira com Espanha e o estuário em Lisboa, o rio Tejo não consegue ter qualidade da água suficiente para ter uma única zona balnear.
Os ambientalistas consideram que estes dados merecem uma reflexão, sobretudo para prevenir a repetição dessa situação.
“Houve muitas praias interditas por parte dos delegados regionais de saúde no interior, locais mais suscetíveis a descargas ou falta de tratamento de águas residuais, que requerem medidas adequadas de controlo”, alerta a associação.
A ZERO realçou ainda que “muitas das zonas balneares que sofreram um desaconselhamento ou interdição durante a presente época balnear têm classificação ‘Excelente'”, pelo que se poderá concluir tratar-se de “episódios esporádicos”, mas “que devem ter as suas causas devidamente averiguadas”.
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