Com sintomas semelhantes aos de doenças sazonais como a gripe, estima-se que o Vírus Sincicial Respiratório seja responsável por 50% a 80% dos internamentos por bronquiolite e pneumonia*. De fácil contágio, sobretudo nesta altura do ano, este vírus afeta principalmente as crianças no primeiro ano de vida.
Entre os sintomas mais comuns encontramos tosse, secreções nasais e oculares, febre, dificuldade respiratória e pieira. Vírus Sincicial Respiratório (VSR) pode ir desde quadros leves a infeções mais graves como bronquiolites e pneumonias virais que levam a internamento hospitalar.
Em Portugal, o VSR – Vírus Sincicial Respiratório é um dos principais responsáveis pelas doenças das vias respiratórias inferiores, ao longo do primeiro ano de vida. De fácil contágio, bastando, para isso, o contacto direto, estima-se que acabe por infetar uma boa parte das crianças até aos dois anos.
Extremos das idades são os mais afetados
Transversal à sociedade, o VSR pode ter consequências mais ou menos graves, consoante a faixa etária. Entre os mais vulneráveis ao VSR temos as crianças em início de vida e os mais idosos. O vírus afeta principalmente recém-nascidos e lactentes, a par daqueles cujo sistema imunitário se encontra debilitado – prematuros e crianças com doenças cardíacas, pulmonares ou neuromusculares congénitas, ou imunocomprometidas. No outro extremo da vida, mas também em situação de fragilidade, os idosos completam os grupos de risco.
VSR em números
Entre outubro e dezembro do ano passado, só nos hospitais que integram a rede vigilância sentinela, foram registados 278 casos de internamento por VSR. 47% destes internados tinha menos de três meses de idade e 16% eram prematuros. 8% precisaram de ventilação ou foram internados em Unidade de Cuidados Intensivos.
Dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)mostraram, também, que o vírus pode afetar quem se encontra saudável: 95% das crianças internadas não registavam doenças prévias.
Imunização e etiqueta respiratória
Atualmente, estão disponíveis três estratégias para a vacinação contra o VSR. Em Portugal, duas destas vacinas são administradas a recém-nascidos e lactentes, ou seja, bebés pequenos. A terceira estratégia contempla a imunização materna – entre as 24 e as 36 semanas de gestação, protegendo mãe e filho em simultâneo. Esta última é semelhante á estratégia já em curso e incluída no nosso PNV para a tosse convulsa.
Cabe, também ao Médico de Família, mas também a todos os profissionais de saúde promover a vacinação a todos os que dela possam beneficiar. No caso do VSR, às grávidas, recém-nascidos, pessoas > 60 anos e fatores de risco associados.
Outra importante medida de prevenção é a adoção de comportamentos de etiqueta respiratória como a lavagem frequente das mãos e o uso da máscara.
Numa época de tradicional sobrecarga dos serviços de urgências, devemos fazer o que está ao nosso alcance para a minimizar. A prevenção é uma das melhores formas de contribuirmos para a robustez dos serviços de saúde, por isso, não arrisque. Fale com o seu médico e informe-se sobre a melhor opção que mais bem se adequa à sua estrutura familiar.
*Meissner HC. Viral bronchiolitis in children. N Engl J Med. 2016;374(1):62- 72.
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