“A câmara municipal não pode ficar de braços cruzados e irá suportar as despesas com o médico para permitir o atendimento a essa comunidade”, afirmou Alberto Machado à agência Lusa.

O autarca disse que, desde o início de julho, aquela unidade de saúde “se encontra sem médico em permanência”, deixando “desprotegidos cerca de 1.300 utentes" das aldeias das freguesias de Alfarela de Jales e Vreia de Jales, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, e ainda da União de Freguesia de Carva e Vilares, no concelho de Murça.

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Alberto Machado referiu ter sido informado, durante uma reunião na segunda-feira com a Administração Regional de Saúde do (ARS) Norte, de que “só em junho” é que poderá proceder à substituída da médica.

Autarquia vai substituir-se ao Estado

Pelo que, acrescentou, até lá, o município “vai substituir-se ao Estado” e vai pagar a deslocação de um médico três dias por semana a Campo de Jales.

O presidente afirmou que a ideia foi “bem acolhida” pela ARS que vai permitir a utilização das instalações e do sistema informático.

“É incomportável que essa comunidade isolada e envelhecida não tenha acesso a médico, ainda por cima agora que está a começar o período crítico das gripes”, salientou.

Além do mais, acrescentou, “é uma população com doenças respiratórias acima da média nacional, uma situação decorrente da exploração mineira em Jales”.

“Quem tem a competência da saúde é o Estado, mas verifica-se uma incapacidade do Estado em manter a sua presença, neste caso no pilar da saúde neste território”, frisou.

Alberto Machado fez ainda questão de manifestar a sua “revolta” por, num Estado de direito, “os direitos não serem garantidos à comunidade”.

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O autarca adiantou que o médico deve começar a dar consultas “já na próxima semana” em Campo de Jales. “A câmara vai aprovar a sua substituição ao Estado suportando na integra os custos da deslocação do médico a Jales”, reforçou.

O autarca disse ainda ter sido informado de que “a ARS tentou colmatar a situação, oferecendo até horas extraordinárias a vários médicos, uma proposta que não teve aceitação”.

Na semana passada, fonte da ARS disse à agência Lusa que a “manutenção em exercício da unidade de saúde de Campo de Jales nunca foi posta em causa” por parte do conselho diretivo da ARS e pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Tâmega e Barroso. “É propósito do Governo, da tutela do Ministério da Saúde e desta ARS aumentar a oferta de serviços e não proceder a encerramentos de unidades de saúde”, salientou a fonte.