Investigadores brasileiros da Fundação Ezequiel Dias (Funed), no Brasil, encontraram uma substância no veneno da cobra cascavel - a Crotoxina - que pode ajudar a curar o estrabismo.

A toxina tem um ação semelhante ao botox, até agora o único tratamento disponível.

A pesquisa é coordenada pelo oftalmologista Geraldo de Barros Ribeiro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desde 1997.  Atualmente, o estudo conta com a participação de quatro investigadores, além de outros profissionais da Funed.

Ana Elisa Ferreira, farmacêutica e uma dessas cientistas, explica que ao ser aplicada, a Crotoxina age como um bloqueador neuromuscular, o que causa paralisia transitória do músculo e, consequentemente, um relaxamento muscular parcial, escreve o diário brasileiro O Tempo.

Para o tratamento do estrabismo, esse efeito é importante por ajudar na restauração do equilíbrio dos músculos que controlam o movimento dos olhos.

Nos testes, foi observado que os efeitos da Crotoxina parecem ser mais duradouros do que a toxina botulínica, o que torna as aplicações menos frequentes, contribuindo para a redução do número de aplicações ao longo do tratamento.

Ao ser produzido a partir do veneno da cascavel, o medicamento poderá apresentar baixo custo e garantir tratamento a um grande número de pacientes. Segundo a Funed, as condições são favoráveis, porque a cobra pode ser facilmente encontrada no Brasil.

O estrabismo é um problema de sincronia entre os músculos que são responsáveis pelo movimento do globo ocular.