A maioria dos estudantes do ensino superior que fuma consome tabaco de enrolar, principalmente por ser mais barato, mas desconhece que este é mais prejudicial à saúde, segundo um estudo que envolveu perto de mil jovens.

O estudo sobre os padrões de consumo de tabaco de enrolar nos estudantes do ensino superior português foi realizado por alunos do Departamento Universitário de Saúde Pública da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e envolveu 911 estudantes fumadores, com idades entre os 18 e os 30 anos.

As conclusões do estudo, a que a Lusa teve acesso, apontam para uma prevalência dos fumadores de tabaco de enrolar de 54 por cento, com 25 por cento a serem fumadores exclusivos do tabaco de enrolar.

A investigação apurou que o consumo do tabaco de enrolar é mais elevado no género masculino do que no género feminino, com um maior consumo de cigarros à noite e em locais recreativos.

A principal razão para o consumo de tabaco de enrolar, apresentada pelos estudantes inquiridos, foi o facto de este ser mais barato.

Os autores defendem, por isso, uma estratégia futura que passe “pela convergência do preço de ambos os tipos de tabaco”.

No estudo recorda-se que “está comprovado que o tabaco de enrolar é mais prejudicial do que o tabaco de maço, uma vez que o primeiro pode conter uma maior percentagem de níveis de nicotina, alcatrão e monóxido de carbono, estando mesmo associado a um maior risco de cancro da boca, laringe, faringe e pulmão”.

Apesar disso, os autores do estudo referem que “a maioria dos inquiridos referiu não ter conhecimento sobre a composição e os efeitos secundários do tabaco de enrolar na saúde”.

“Outra grande aposta poderá incidir sobre uma divulgação mais eficaz dos verdadeiros malefícios do tabaco de enrolar, de forma a acabar com a crença errónea de que o tabaco de enrolar faz tanto ou menos mal que o tabaco de maço”, recomendam os investigadores.

20 de agosto de 2012

@Lusa