Em comunicado enviado à Lusa, a Universidade do Minho (UMinho) revela que em Braga, no seu campus de Gualtar, vai ficar a sede estatutária do organismo e no campus de Paterna da Universidade de Valência vão ser instalados os serviços informáticos e telemáticos, apoiados pela LifeWatch, uma plataforma eletrónica de referência mundial na proteção, gestão e uso sustentável da biodiversidade.
"Pretende-se facilitar o acesso, a nível europeu, a uma ampla gama de recursos microbiológicos e aos dados a eles associados de alta qualidade, dentro de um quadro legal compatível", explica no texto o professor catedrático e diretor da Micoteca da UMinho Nelson Lima.
"Ao promover o acesso a competências e ao fornecer uma plataforma colaborativa que aproxima cientistas de vários centros e repositórios microbiológicos europeus, o MIRRI quer apoiar e fomentar o desenvolvimento de investigação no campo da biotecnologia, gerando soluções eficientes para os grandes desafios da sociedade e estimulando a interação entre a academia e a bioindústria", explana.
Microrganismos têm elevado impacto no bem-estar do ser humano
Os recursos microbianos são microrganismos que representam uma miríade da biodiversidade invisível com relevância ambiental, industrial e clínica. Os microrganismos e seus produtos derivados têm um elevado impacto no bem-estar do ser humano pela capacidade de produzirem produtos milenares de fermentação, como a cerveja e o queijo, mas também de fornecerem antibióticos como a penicilina ou novas soluções biotecnológicas para aplicar na indústria alimentar, farmacêutica ou química.
Segundo adianta a UMinho, a proposta para instalação da MIRRI entre Braga e Valença "foi apoiada pelos governos português e espanhol, tendo sido aprovada há dias numa reunião com representantes dos sete países membros (Bélgica, França, Grécia, Letónia, Polónia, Portugal e Espanha), que assinaram até à data o memorando de entendimento do MIRRI".
O MIRRI será estabelecido como uma entidade legal sem fins lucrativos, seguindo um modelo distribuído com uma unidade central de coordenação e com "nós nacionais" nos vários Estados parceiros.
A proposta agora aprovada foi elaborada por Nelson Lima e Rosa Aznar, diretora da Coleção Espanhola de Cultivos Tipo da Universidade de Valência, contando com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, bem como da Secretaria de Estado da Investigação e Inovação, do Ministério da Economia, Indústria e Competitividade de Espanha.
Após a fase preparatória, financiada pelo programa-quadro FP7 com um orçamento superior a três milhões de euros, o MIRRI entra na sua fase de consolidação.
O processo de formalização do MIRRI está agendado para setembro, tendo em vista a sua constituição como entidade legal reconhecida pela Comissão Europeia até ao final de 2019.
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