Amílcar Falcão, vice-reitor da UC, recordou que um projeto multidisciplinar neste domínio, desenvolvido pela instituição portuguesa em parceria com a Universidade de Newcastle, no Reino Unido, foi contemplado este ano com um primeiro financiamento europeu de 500 mil euros.

Em declarações à agência Lusa, à margem de um debate sobre oportunidades das alterações demográficas, na sede da Delegação Permanente de Castilla y León (Espanha) junto da União Europeia (UE), o professor da Faculdade de Farmácia de Coimbra realçou que as atividades do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (Multidisciplinary Institute of Ageing, MIA) deverão “aumentar a esperança e a qualidade de vida” dos idosos.

O MIA, que vai funcionar no Campo da Vida, cuja instalação está prevista para o edifício do antigo Hospital Pediátrico de Coimbra, será “um laboratório vivo que nos permite estudar o envelhecimento sob diferentes perspetivas”, disse Amílcar Falcão.

“Queremos as empresas connosco e que procurem criar novos nichos de negócio”, acrescentou.

Integrado no programa oficial da Semana Europeia das Regiões e Cidades – Open Days, que termina na quinta-feira, em Bruxelas, o debate sobre oportunidades das alterações demográficas foi organizado pela Local and Regional Cooperation for Demographic Change, uma parceria europeia da qual faz parte a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).

O MIA, segundo uma nota da CCDRC, “pretende reforçar as valências da região em áreas onde já é reconhecida a existência de um ‘cluster’ de excelência como o envelhecimento cerebral, neurociências e visão, agregando os cuidados de saúde, apoios sociais e a excelência na investigação fundamental e tecnológica, produzindo investigação de translação de grande qualidade, tornando o idoso da região um parceiro da atividade criativa e do desenvolvimento de boas práticas”.

Por seu turno, o diretor executivo do Instituto Pedro Nunes (IPN), António Cunha, que integra a comitiva do Centro de Portugal ao Open Days, afirmou à Lusa que “a qualificação do terceiro setor” – instituições de apoio social como misericórdias, associações, cooperativas e mutualistas – permitirá “dar um salto muito importante” no envelhecimento ativo.

“Estas entidades já estão no terreno. Importa agora qualificá-las com novas ferramentas”, ao nível da inovação tecnológica e das boas práticas, melhorando a prevenção e a prestação de cuidados de saúde aos idosos, frisou o investigador do IPN.

A presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, fez um “balanço muito positivo” da participação do Centro no Open Days e realçou que as alterações demográficas vão exigir “mudanças muito grandes”, a fim de assegurar o envelhecimento ativo e saudável da população.

“Temos de apostar nas redes, tanto na União Europeia, como na nossa própria região”, disse Ana Abrunhosa.