Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de casos fatais baixou de 23% registados em 2000 para 16% em 2017. Ainda assim, a OMS estima que cerca de 1,3 milhões de pessoas tenham morrido de tuberculose no ano passado, referindo que as mortes em pessoas sem diagnóstico de VIH se situaram entre 1,2 e 1,4 milhões. Quanto aos que têm VIH, um grupo especialmente vulnerável, estima-se que 300.000 pessoas tenham morrido por causa da infeção com tuberculose.

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No entanto, está-se ainda longe da meta estabelecida para 2020, de reduzir anualmente o número de mortes provocadas pela doença em 4 a 5%.

Classificada como a décima causa de morte a nível mundial, a tuberculose está presente, de forma latente, em 1,7 mil milhões de pessoas, quase um quarto da população. Desde 2011 que é a principal causa de morte com um único agente infeccioso.

Um milhão de crianças

De acordo com “a melhor expectativa”, cerca de 10 milhões de pessoas passaram a sofrer de tuberculose em 2017, entre os quais um milhão de crianças, 5,8 milhões de homens e 3,2 milhões de mulheres.

Dois terços das novas infeções aconteceram em oito países: Índia, China, Indonésia, Filipinas, Paquistão, Nigéria, Bangladesh e África do Sul, que, juntamente com outros 22 países, são responsáveis por 87% dos casos no mundo.

Um dos problemas que acompanha a tuberculose é a evolução do bacilo para versões resistentes aos medicamentos, estimando-se que em mais de meio milhão dos novos casos, o medicamento mais usado, a rifampicina, não resulte.

Muitos novos casos de tuberculose devem-se a subnutrição, infeção pelo VIH, tabagismo, diabetes e alcoolismo.

A eliminação da pobreza extrema e a proteção social são duas das medidas que poderão reduzir em muito o número de novos casos, aponta-se no relatório.

O dinheiro aplicado mundialmente contra a tuberculose atinge 6,9 mil milhões de dólares em 2018, dentro dos valores que se verificam desde 2014, mais do dobro do que acontecia em 2006.

Diagnósticos corretos e tratamentos evitaram a morte de 54 milhões de pessoas entre 2000 e 2017.

Há ainda discrepâncias entre o número de novos casos e o número de facto comunicado às autoridades de saúde e à OMS, que são só 64% do número de casos reais estimado.

Para prevenir que as infeções latentes se desenvolvam, a OMS recomenda tratamento prioritário para pessoas com o HIV ou crianças de menos de 5 anos que estejam em contacto com um doente com tuberculose pulmonar confirmada.