A investigação envolveu mais de 50.000 pacientes em 111 países e sugere que os níveis de transmissão do VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) resistente não aumentou no planeta tanto quanto se temia.
É o que diz Robert Shafer, professor de Medicina na Universidade de Stanford, na Califórnia, e principal autor do estudo publicado na revista científica PLOS.
"As taxas de transmissão do VIH resistente nos países de baixo rendimento mais afetados pela síndrome aumentaram pouco, com um crescimento de 2,8% na África Subsaariana e taxas inalteradas no Sul e Sudeste da Ásia, o que é uma boa notícia", afirmou o investigador citado pela agência France Presse.
Mas "é inevitável que a transmissão do VIH resistente aumente, o que torna essencial manter-se vigilante para garantir o sucesso duradouro do tratamento antirretroviral", comentou.
Shafer acredita que na base do insucesso deste tipo tratamento estejam causas como dosagens mais baixas e falhas na toma diária.
Os investigadores também determinaram que o número de mutações responsáveis pela maioria dos casos de resistência viral é limitado.
"Apenas uma pequena quantidade de mutações do VIH são responsáveis pela maioria dos casos de resistência", comentou.
Shafer acredita que este trabalho poderá ajudar a desenvolver testes mais económicos capazes de detetar mutações-chave do vírus, com o objetivo de determinar que tipo de antirretrovirais se deve fornecer aos pacientes não tratados.
Desde 2003 a comunidade internacional tem feito progressos significativos na concretização do objetivo da ONU que pretende que pelo menos 15 milhões de pessoas seropositivas em países pobres ou em desenvolvimento tenham acesso aos antirretrovirais. Atualmente, estima-se que esse número seja de 12 milhões.
Cerca de 60 instituições de investigação médica forneceram dados para este estudo.
Em 2013, 35 milhões de pessoas viviam com VIH em todo o mundo, de acordo com dados da ONUSIDA. Desde o início da epidemia, cerca de 78 milhões de pessoas foram infetadas e 39 milhões morreram com doenças relacionadas.
Desde 2001, o número de novas infeções baixou 38%.
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