A melhoria da eficiência nos hospitais portugueses pode poupar 804 milhões de euros, o equivalente a 10 por cento do custo anual do Serviço Nacional de Saúde (SNS), indica um estudo ontem apresentado ao ministro da saúde.
Realizado no âmbito de um protocolo entre a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa e a Fundação Francisco Manuel dos Santos, o trabalho de investigação foi realizado por uma equipa coordenada pelo professor Carlos Costa.
Nas conclusões do trabalho, que deverá entrar em debate público em janeiro, os autores propõem, entre outras medidas, a avaliação das organizações e dos profissionais que trabalham no SNS, a criação de incentivos (positivos e negativos), a responsabilização dos gestores e a promoção de “uma nova cultura de transparência e de informação”.
No resumo divulgado ontem ao final da tarde, depois de apresentado ao ministro Paulo Macedo e aos secretários de Estado do Ministério da Saúde, são apontados “resultados positivos da cobertura universal e tendencialmente gratuita” dos serviços de saúde portugueses, que apresentam “um dos melhores rácios” quando comparado com os outros países europeus.
“As principais conclusões mostram que há um caminho possível de melhoria de eficiência do sistema de saúde, o que inclui uma melhor organização e gestão do sistema e exige uma reavaliação da política do medicamento, dos cuidados de saúde primários e, muito em especial, dos hospitais”, escrevem os autores do documento que tem um total de oito volumes.
Um dos fatores identificados como passível de ser corrigido é o “internamento excessivo” detetado, cuja correção levaria à poupança de 200 milhões de euros por ano.
A redução em 10 por cento da percentagem de partos por cesariana atualmente nos 34 por cento – valor muito acima da media europeia - só por si pouparia 20 milhões de euros, lê-se ainda nas conclusões do estudo.
04 de outubro de 2011
Fonte: Lusa
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