O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, disse à agência Lusa que os sindicatos saíram do encontro de hoje com um sentimento de “grande desapontamento”.

“O Ministério da Saúde parece pretender empurrar os médicos para o confronto. Mantêm-se todos os pressupostos para que a greve ocorra”, indicou Roque da Cunha, acrescentando contudo que haverá nova ronda negocial na próxima semana, dia 5 de maio.

SIM e Federação Nacional dos Médicos têm-se manifestado cansados da falta de concretização de promessas do Governo após mais um ano de negociações.

Pagamento das horas extraordinárias a 100%, redução do número de horas de trabalho nas urgências ou limitação da lista de utentes por médico de família são algumas das reivindicações dos sindicatos.

Os sindicatos pretendem que o trabalho suplementar em serviço de urgência seja limitado a 150 horas anuais, quando atualmente está nas 200 horas. Reivindicam também um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência como horário normal de trabalho, considerando inadmissível a persistente realização de trabalho em urgência por períodos de 24 horas.

Em relação às horas extraordinárias exigem a reversão dos cortes, passando a receber a 100%, com efeitos retroativos a 1 de janeiro para todos os médicos.

A greve de médicos decorrerá a nível nacional entre as 00h00 de dia 10 de maio e as 24h00 de 11 de maio. Estarão garantidos, como em qualquer paralisação, serviços mínimos.

Governo disposto a pagar mais

O Ministério da Saúde quer reduzir os tempos de espera em praticamente todos os atos médicos e cirúrgicos e para isso o Serviço Nacional de Saúde vai pagar mais a estes profissionais.

Segundo o jornal Público, o Estado poderá vir a pagar entre 12 e 19 euros por consulta em horário extraordinário.

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