O Governo vai manter as verbas para o programa dos cheques-dentista e está a estudar a possibilidade de alargar esta medida ao cancro oral, uma doença que está a aumentar em Portugal, anunciou a Ordem destes profissionais.
Durante o XX Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, que durante três dias reuniu em Lisboa mais de 2.600 participantes de todo o país, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa, anunciou a manutenção da dotação do Programa Nacional de Promoção Oral que institui os cheques-dentista.
Em comunicado divulgado no final do encontro, o bastonário da ordem, Orlando Monteiro da Silva, congratulou-se com a decisão da tutela, lembrando que “este programa é essencial para a população com menores recursos, porque o Serviço Nacional de Saúde [SNS] não tem, internamente, resposta para os doentes de saúde oral”.
Em Portugal, à semelhança do resto do mundo, 90% da população sofre de cárie dentária e doença periodontal (osso e gengivas).
“Apostar na intervenção precoce permite minorar a despesa com estas doenças para os pacientes e para o Estado”, explicou Orlando Monteiro da Silva, acrescentando que o cheque-dentista garante o acesso aos tratamentos da população mais sensível, nomeadamente grávidas, crianças e idosos.
O bastonário sublinhou ainda a possibilidade em estudo pelo Governo de alargar o cheque-dentista ao cancro oral, uma doença que afeta este ano 35 mil pessoas na Europa e provoca a morte a 7.500.
Segundo o responsável, este tipo de cancro está a aumentar no país, em grande parte devido aos estilos de vida, já que na origem desta doença estão sobretudo fatores como o tabaco, o excesso de álcool ou uma alimentação deficiente em legumes e frutas frescos.
Ao abrigo do cheque-dentista, mais de um milhão de portugueses já teve acesso a consultas de especialidade desde 2008, 600 mil dos quais só este ano: 500 mil crianças de sete, dez e 13 anos e 100 mil grávidas, idosos e crianças com menos de seis anos.
No Congresso, foi ainda apresentada pelo Bastonário a Tabela da Nomenclatura dos médicos dentistas que, a partir de agora, será referência obrigatória para todos os profissionais da área, uniformizando a designação de procedimentos e tratamentos até aqui descritos em vários documentos, nem sempre coincidentes.
A Tabela de Nomenclatura regula a designação dos atos próprios da medicina dentária, certificando-se que todos os envolvidos, médicos dentistas, doentes, sistema de saúde, subsistemas, convenções, seguradoras, planos de saúde e outras entidades reguladoras, utilizam a mesma terminologia.
14 de outubro de 2011
@Lusa
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