"Acho que ficamos todos muito aliviados que finalmente este problema encontre uma luz verde. Era um problema que nos afligia a todos e, portanto, apenas dizer que quando é assim são boas notícias. Fico muito satisfeito", afirmou.

Rui Moreira, que falava à margem da apresentação de um projeto de reabilitação da avenida Fernão Magalhães, disse ainda que a construção de um novo edifício agora previsto no despacho assinado pelos ministros das Finanças, Mário Centeno, e da Saúde, Adalberto Fernandes, é ainda melhor notícia".

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"Melhor do que está, vai ser com certeza, quem lá vai e eu tive a oportunidade de me deslocar lá, também tivemos aqui reuniões com a administração do centro hospitalar, e de facto aquilo precisava de uma intervenção, portanto, são boas notícias, fico muito satisfeito", sublinhou.

Publicado em Diário da República na quarta-feira, o despacho do Governo autoriza a administração do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, a lançar o concurso para a conceção e construção das novas instalações do Centro Pediátrico.

A decisão é justificada com "as limitações arquitetónicas" que o Centro Pediátrico apresenta, apesar da remodelação já realizada em 2018 e que resultou na assunção de compromissos superiores a dez milhões de euros.

Estas limitações, refere o despacho, "levam à dispersão dos serviços e à utilização de estruturas provisórias, reduzindo as condições assistenciais e acarretando elevados custos de manutenção".

No dia 07, O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou estar à espera que o Governo esclarecesse a sua posição sobre este centro pediátrico.

"Espero que haja essa definição de posição [do Governo] porque não havendo essa definição de posição haverá sempre uns que interpretarão como não sendo agora, mas está para vir e, outros, que interpretarão como não sendo agora, nem nunca", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à margem de um debate sobre Demografia, no Porto.

Na véspera, dia 06, um movimento cívico informal, intitulado "Pelo Joãozinho", lançou um abaixo-assinado, dizendo ser "tempo de agir" e avançar de imediato com a construção da nova ala pediátrica do Hospital de São João.

Entre as assinaturas já recolhidas naquela data estavam as do arquiteto Álvaro Siza Vieira, da cientista Maria de Sousa, do médico Manuel Sobrinho Simões, do presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, dos artistas e escritores Carlos Tê, João Bicker e Manuela Espírito Santo, e do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

Na apresentação do documento, Júlio Roldão explicou que o movimento reclamava do Governo ações necessárias ao desbloqueamento do processo e ao imediato início das obras.

Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

O projeto, denominado "Joãozinho", está orçado em cerca de 22 milhões de euros. O hospital tem cerca de 19 milhões de euros depositados numa conta, mas falta luz verde das Finanças para que os possa utilizar.

Em junho, o presidente do Centro Hospitalar afirmou que o problema do centro ambulatório pediátrico, que inclui o hospital de dia da pediatria oncológica, ficou resolvido, mas que "continuam a faltar as instalações do internamento pediátrico".

"Continua a faltar, como é público, as instalações do internamento pediátrico para o qual ainda não temos solução à vista", afirmou então António Oliveira e Silva.