"Os níveis elevados de glicose no sangue, mesmo que estes não produzam sintomas ou motivem a atenção dos doentes, deixam a sua marca, através de lesões nos tecidos, entre os quais os oculares, que também são afetados", explica António Melo, Médico Oftalmologista do Hospital da Cruz Vermelha.

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De acordo com os dados do Programa Nacional para a Saúde da Visão, cerca de 90% dos diabéticos tipo 1 e 50% dos diabéticos tipo 2 apresentam lesões na retina ao fim de 20 anos.

Assintomática nas suas fases iniciais, a doença pode permanecer indetetável ao longo de muito tempo, silenciosa em relação ao risco que representa, o que significa que a regularidade das consultas com o especialista, o oftalmologista, podem ser determinantes para evitar a progressão da retinopatia. É graças ao diagnóstico atempado que se podem evitar as terapêuticas agressivas ou os resultados que, muitas vezes, acabam por culminar na cegueira.

A importância do controlo de vários indicadores de saúde

"Mesmo sem queixas, o doente com diabetes deve consultar regularmente o seu oftalmologista, ao mesmo tempo que deve estar atento a qualquer sinal que deve conduzir a uma consulta", aconselha António Melo. “Até porque é impossível dissociar o sucesso do tratamento, que inclui evitar a cegueira, ao diagnóstico precoce", acrescenta. 

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"Também muito importante para o sucesso na terapêutica da retinopatia diabética é o controlo dos fatores sistémicos, isto é, um bom controlo metabólico, o controlo da tensão arterial, o controlo dos níveis de colesterol e triglicéridos, a implementação de uma dieta adequada e um programa de atividade física diária são elementos fundamentais". conclui o especialista.

Em Portugal, de acordo com os dados do Programa Nacional para a Saúde da Visão, estima-se que cerca de um milhão de portugueses sofram de diabetes. Destes, as estimativas apontam para que menos de metade tenha sido avaliada por um oftalmologista ao longo da sua vida.