Os Professores Henrique Almeida e João Luís Silva Carvalho, Investigadores da Faculdade de Medicina do Porto e do CETI - Centro de Estudos e Tratamento da Infertilidade, acabam de conquistar o “Grant For Fertility Innovation” (GFI), prémio internacional, atribuído pela Merck Serono, que distingue e apoia os projetos mais inovadores no campo da medicina da reprodução. Foram os primeiros portugueses a receber esta distinção. A bolsa ultrapassa 1 milhão de euros.
”Ter recebido este prémio é motivo de orgulho para nós e de prestígio para a Faculdade de Medicina do Porto, o CETI e o país. É uma distinção excepcional.
Vai nos permitir ter os recursos necessários para continuar a desenvolver um projecto de investigação em que estamos muito empenhados e que, no futuro, pode trazer grandes benefícios para o tratamento de muitos casais inférteis”, refere o Professor João Luís Silva Carvalho.
O trabalho premiado baseia-se no pressuposto de que analisando por intermédio de bio marcadores objetivos e fiáveis, o ambiente em que os ovócitos (células reprodutoras femininas) se desenvolvem e adquirem maturação, será possível determinar a qualidade funcional destas células e, assim, conseguir distinguir aquelas que pode dar origem a embriões de boa qualidade, ou seja, que proporcionem gravidezes.
Os resultados desta investigação representam um enorme avanço já que, atualmente, os ovócitos são selecionados unicamente segundo critérios morfológicos (que não têm em conta a capacidade funcional destas células), fato que tem contribuído para as insatisfatórias taxas de êxito dos tratamentos de fertilidade.
Os fatores femininos continuam a ser uma das principais causas da infertilidade. Alguns deles estão relacionados com causas clínicas perfeitamente identificáveis, outros aparecem classificados como “fertilidade inexplicável”, mas ambos têm um impacto significativo na capacidade do ovócito para fertilização.
A qualidade do ovócito é determinante para as taxas de sucesso dos tratamentos da infertilidade. Contudo, estas permanecem insatisfatórias, situando-se, a média europeia, nos 30 por cento de gravidez e 20 por cento de parto.
A utilização de bio marcadores objetivos e fiáveis oferece melhores ferramentas de identificação da qualidade ovocitária e de diagnóstico do que os atuais critérios morfológicos.
25 de julho de 2011
Fonte: Inforpress/SAPO
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