11 de outubro de 2013 - 09h29
Dois cardiologistas do Hospital de Portimão pediram a demissão no início de outubro, após a recusa da administração em passá-los de um horário a tempo inteiro para um horário a meio tempo, confirmou hoje o responsável pela unidade.
Segundo Pedro Nunes, administrador do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), estas demissões não vão afetar o funcionamento do serviço.
Desde que foi criado o centro hospitalar - que integra as unidades de Faro, Portimão e Lagos -, que o serviço de Cardiologia ficou sediado em Faro, embora com médicos nas unidades de Portimão (três) e Faro (oito), explicou Pedro Nunes.
Segundo aquele responsável, no início de outubro, dois dos três médicos que integram a equipa de Cardiologia em Portimão pediram a demissão, após a recusa da administração em passá-los de um horário a tempo inteiro para um horário a meio tempo.
"Trabalhar a meio tempo é um convite para utilizar o hospital para benefício próprio", defendeu Pedro Nunes, acrescentando que o pedido de demissão foi uma "opção pessoal" dos clínicos e que o hospital precisa de médicos a tempo inteiro.
Pedro Nunes explicou que quando os dois médicos saírem do hospital, no final de outubro, serão abertas de imediato novas vagas para preencher os seus lugares, numa região onde existe carência de profissionais clínicos.
"Não houve alteração das condições de trabalho, nem a demissão teve nada a ver com a administração", afirmou, sublinhando que a administração do hospital não aceita passagens de médicos para meio tempo ou pedidos de licenças sem vencimento.
A fusão das três unidades num único centro, que entrou em vigor a 01 de julho, é contestada pelos autarcas do barlavento algarvio, que temem que alguns dos serviços existentes em Portimão sejam absorvidos pelo Hospital de Faro.
Pedro Nunes explicou que as especialidades "mais pequenas", como é o caso da de Cardiologia, têm apenas um serviço, situação que acontece também com Gastroenterologia (sediada em Faro) ou Oftalmologia (sediada em Portimão).

Lusa