27 de maio de 2014 - 10h55
A Câmara de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, vai avançar em junho com rastreios junto da população com idade superior a 40 anos, num trabalho de prevenção e promoção da saúde que começa nas aldeias do concelho.
“Uma boa prevenção é saúde garantida”, disse à agência Lusa o presidente do município, Valdemar Alves, considerando que existem pessoas no concelho que “não procuram médico”, porque não tiveram problemas de saúde ou por questões de mobilidade, mas também porque “não têm esse hábito”.
Segundo Valdemar Alves, “o objetivo é ir junto das pessoas que não vão ao médico”, porque “não faz parte da sua cultura”, sensibilizando-as para a necessidade de o seu estado físico ser vigiado.
O autarca adiantou que este é um trabalho feito em “estreita colaboração” com as entidades de saúde concelhias, para que estes serviços tenham as pessoas sinalizadas, acrescentando que se trata de uma parceria com a empresa Gesaúde, a qual será responsável pela viatura que vai percorrer o concelho.
O gerente da Gesaúde, sediada no concelho, Amílcar Carvalho, explicou que se trata de “um programa de rastreio das doenças do cérebro e coração, dois dos principais problemas de saúde da população do Pinhal Interior e, neste caso, de Pedrógão Grande”.
“Os acidentes vasculares cerebrais em 2013 foram a principal causa de pedido de socorro e de morte em Pedrógão Grande”, referiu o enfermeiro, justificando a escolha desta área: “As estatísticas nacionais e da União Europeia identificam também as doenças cerebrocardiovasculares como muito caras, com muitos custos e que trazem especial sofrimento e dependência dos doentes e respetivas famílias”.
Segundo Amílcar Carvalho, “no Pinhal Interior esta situação surge ainda mais agravada por força da idade avançada das pessoas e de um menor acesso que têm aos serviços de saúde e rastreios”.
O programa de prevenção, rastreios e promoção de saúde, que deverá ser desenvolvido por um período de dois anos, pretende chegar à totalidade da população, “mas vai ser iniciado no grupo etário mais elevado”, acrescentou Amílcar Carvalho, referindo que “o objetivo é fazer avaliações e rastreios permanentes”.
Além da consulta médica e de enfermagem, os beneficiários serão avaliados em termos de parâmetros biométricos, pressão arterial, aplicação de escalas cognitivas para identificar doenças do cérebro, podendo, ainda, nalguns casos, realizar eletrocardiograma e recolha de amostras de sangue.
“Pretende-se ter elementos fidedignos sobre o estado de saúde da população”, acrescentou este responsável.
Por Lusa