"O objetivo é compreender como é que os vasos sanguíneos se formam e são estruturados naquela rede hierárquica chamada árvore vascular, com as várias ramificações", disse hoje à agência Lusa o investigador Cláudio Franco.
O cientista do Instituto de Medicina Molecular (iMM Lisboa) compara aquele sistema à rede nacional de estradas, com várias veias e artérias, umas maiores e outras mais pequenas, servindo como meios de comunicação, de transporte de vários elementos como nutrientes e oxigénio ou de excessos produzidos pelo organismo.
O projeto financiado pelo Conselho Europeu de Investigação vai concentrar-se em descobrir quais os mecanismos que permitem a hierarquização da rede vascular, quais as regras ou mecanismos que regulam e que levam à formação desta rede complexa com vasos de vários calibres, uns maiores outros mais pequenos.
Esta compreensão "é importante para trazer um novo conhecimento que irá permitir uma melhor intervenção terapêutica, tanto em casos excesso de formação de vasos, como acontece às vezes nos tumores e em cancro, como em doenças como as malformações arteriovenosas", explicou Cláudio Franco.
"Sabendo as regras do jogo, depois podemos usar as várias peças ao nosso dispor para tentar manipular o sistema de modo a que vá no sentido de ter uma rede mais eficiente, mais funcional e prevenir casos de disfunções, por exemplo, de oclusões dos vasos ou de problemas de acidentes vasculares", avançou o cientista.
Este é um dos dois projetos do iMM Lisboa hoje anunciados como tendo recebido financiamento da entidade europeia, num total de três milhões de euros, sendo o outro de Vanessa Morais, na área das neurociências e distúrbios neuronais.
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