O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu hoje entrada no Hospital de Santa Cruz, em Oeiras, para fazer um cateterismo, anunciou o próprio à porta desta unidade hospitalar, em declarações à SIC.

O chefe de Estado disse que o exame que irá realizar, sem anestesia geral, servirá para "analisar o estado em que se encontra um determinado vaso sanguíneo, um preciso" e poderá ou não justificar uma posterior intervenção.

"Ou não é preciso nenhuma intervenção, ou é preciso intervenção muito pequena, imediata, que é colocar 'stent', um ou mais, ou, coisa que espero que não aconteça, é preciso uma intervenção de maior fôlego, imediata ou a prazo", explicou, declarando-se "muito tranquilo".

Em direto na SIC, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que levou livros para ler naquele hospital do distrito de Lisboa, e que tem estado a acompanhar o debate do Programa do Governo na Assembleia da República, tendo ouvido a intervenção do primeiro-ministro, António Costa.

O Presidente da República revelou há cerca de três semanas, no programa da SIC Alta Definição, que tinha marcado um cateterismo, após ter feito exames de cardiologia, que "genericamente estão bem, mas restou uma dúvida", porque na sua família há um histórico de problemas cardíacos.

Porquê este exame?

O chefe de Estado adiantou que o cateterismo seria "para ver em relação a um determinado vaso sanguíneo em que há acumulação de cálcio se essa acumulação de cálcio está num grau que é excessivo, se não está num grau que é excessivo, e o que é que isso significa".

O vaso sanguíneo em causa situa-se "não no coração, não em tudo o que é fundamental, a começar nas carótidas para a irrigação do cérebro - a cabecinha é fundamental para o exercício desta função", referiu, na altura.

Neste contexto, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que a sua saúde será um fator determinante para a sua decisão sobre uma recandidatura ao cargo de Presidente da República, sobretudo tendo em conta o seu "estilo de presidência, que é uma presidência próxima, também fisicamente".

Estas declarações abriram o Jornal da Noite da SIC no dia 10 de outubro e a sua entrevista ao programa Alta Definição, de Daniel Oliveira, foi emitida na íntegra no dia 12 de outubro.

Durante o seu mandato presidencial, Marcelo Rebelo de Sousa foi já submetido a uma cirurgia, no dia 28 de dezembro 2017. O chefe de Estado foi operado de urgência a uma hérnia umbilical, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa e ficou internado até ao final do ano, o que o obrigou a cancelar vários pontos de agenda e a abrandar o ritmo nas semanas seguintes.

Na entrevista que gravou no Palácio de Belém para o programa Alta Definição, o Presidente da República considerou que fez mal em ir adiando uma cirurgia mais simples, acabando com uma "hérnia estrangulada", que o levou a ser submetido a uma operação "um bocadinho menos banalíssima", de urgência. "Aprendi com isso", declarou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que, como Presidente da República, tem a obrigação de cuidar da sua saúde e reafirmou o entendimento de que os políticos em funções de responsabilidade como a chefia do Estado não devem omitir eventuais problemas de saúde, têm o dever de os tornar públicos.