O médico e gestor hospitalar Adalberto Campos Fernandes propõe a criação de uma agência nacional de avaliação das tecnologias de saúde, para ajudar a decidir quais as inovações em que vale a pena investir.
“É fundamental avançar no sentido da criação de uma agência nacional de avaliação de tecnologias de saúde, independente do poder político, com autonomia técnica e científica, idónea e altamente qualificada”, defende o antigo administrador do Hospital de Santa Maria (Lisboa) no livro “Três Olhares sobre o Futuro da Saúde em Portugal”, que é lançado terça-feira.
Para Adalberto Campos Fernandes, esta agência teria “as melhores condições para avaliar a inovação, associando aos parâmetros custo-efetividade, o princípio de custo-oportunidade e tendo em conta a limitação de recursos”.
O especialista em saúde pública defende que é necessário “qualificar as escolhas” que se fazem ao nível da inovação tecnológica e terapêutica.
Também o economista de saúde Pedro Pita Barros considera, na mesma obra, que é necessário fazer uma “avaliação criteriosa das novas tecnologias e da decisão da sua utilização em cada caso particular”.
Segundo o professor de economia, com exceção para os medicamentos, em muitos casos não há qualquer avaliação das vantagens de adotar novas tecnologias, no sentido de perceber se os benefícios para a saúde compensam o dinheiro que se gasta.
Pita Barros recorda que as novas tecnologias na saúde tendem a ser mais caras e que não se deve partir do princípio de que tudo o que é novidade tecnológica deve ser adotado.
“Uma posição de a adotar apenas quando os benefícios adicionais mais do que compensam os custos adicionais será crucial para o bom desempenho do Serviço Nacional de Saúde”, escreve o economista.
30 de maio de 2011
Fonte: Lusa/SAPO
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