Portugal é um dos países da União Europeia em que o sistema de saúde menos contribui na comparticipação de medicamentos, com o utente a pagar um terço do valor dos remédios, segundo um estudo que hoje é apresentado.
Um estudo da Direção Geral de Políticas Internas da União Europeia mostra que, na média de 16 países, o utente contribui com cerca de 15% na compra de medicamentos.
Portugal surge como um dos países em que os utentes mais têm de desembolsar para os fármacos (mais de 30%), apenas ultrapassado pela Dinamarca e Finlândia.
Em 12 dos 16 países, os utentes apenas contribuem com menos de 20 por cento, sendo o resto assegurado pelos sistemas de saúde, que diferem de país para país.
O estudo da União Europeia salienta também que os preços dos medicamentos tendem a ser mais elevados em países com rendimentos per capita maiores.
Num comentário a estes dados, o economista de saúde Pedro Pita Barros reconhece que Portugal é dos países com uma maior comparticipação dos utentes nas despesas com medicamento, mas lembra que há depois uma percentagem de reembolso ao nível do IRS.
“Também temos um dos sistemas mais generosos em termos de crédito fiscal da despesa privada em saúde”, refere, em declarações à agência Lusa.
Para o economista, é difícil que no futuro se exija mais esforço aos utentes em termos de comparticipação de medicamentos.
“O esforço já é elevado e não se aguentaria um esforço maior. Um número razoável de pessoas refere que não compra medicamentos por restrição financeira, número que sobre quando se trata de doentes crónicos. Isto sugere que seja difícil do ponto de vista social aumentar a comparticipação dos utentes nos medicamentos”, comenta.
04 de maio de 2011
Fonte: Lusa/SAPO
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