“O Porto tem muitos milhares de metros quadrados de amianto em avançado estado de degradação, situação que ameaça a saúde pública”, referiu à agência Lusa, no âmbito de uma exposição de fotografias alusivas a edifícios da cidade nesta situação, realizada frente à Câmara do Porto.

O sindicalista afirmou ser “urgente e fundamental” criar uma comissão que faça o levantamento dos “milhares de metros quadrados” de amianto existente em toda a cidade, estando o sindicato disponível para fazer parte dela.

A título de exemplo, Albano Ribeiro revelou que a esquadra da Bela Vista e que o edifício da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), no Porto, estão “cheios de amianto”. Esta intervenção pedagógica visa dar um “ar mais respirável” à cidade, sublinhando que iria criar cerca de 300 postos de trabalho.

Albano Ribeiro afiançou que há trabalhadores a retirar amianto sem proteção própria, algo “inadmissível”. “O amianto nas décadas de 60 e 70 foi a solução encontrada nessa época, mas na sociedade contemporânea não tem lugar para bem da saúde pública”, entendeu.

Segundo o dirigente, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, deve tomar uma “atitude”, acusando-o de ter um “ego grande” porque nunca respondeu às solicitações do sindicato, nem nunca o recebeu. “Ao contrário de outros presidentes, o atual presidente é o único que nunca nos recebeu, demonstrando desrespeito para connosco”, arguiu.

Contactado pela Lusa, o Gabinete de Comunicação da Câmara do Porto adiantou não conhecer, nem comentar as declarações de Albano Ribeiro que, a serem verdade, constituem uma declaração política e uma ofensa ao presidente da câmara.

“Sobre a presença de amianto, a Câmara do Porto é exemplo por ter realizado um estudo e um plano sobre a presença e irradiação de amianto em edifícios públicos, nomeadamente escolas e na habitação social, tendo em curso a sua substituição por outros materiais em todos os bairros sociais”, sustentou, salientando que todos os casos que o estudo identificou como levantando alguma preocupação foram já totalmente resolvidos entre 2014 e 2015.

Segundo a autarquia “o estudo e o plano em questão foram apresentados em reunião pública de câmara” e “o amianto ainda existente em alguns edifícios continuará a ser removido, cumprindo o plano de obras e reabilitação, mas o que existe nesta altura é estável e, segundo as medições e estudos realizados, não oferece qualquer risco para a saúde”.

“A Câmara do Porto tem sido elogiada pelo que tem feito nesta matéria”, concluiu.

O sindicalista Albano Ribeiro acrescentou ainda que o autarca independente passou a “cinco metros” da exposição, mas “não teve a nobreza” de a ir ver e de conversar.

O sindicalista disse ainda ter convidado para a visita à exposição o autarca e todos os candidatos às autárquicas nas eleições de outubro, tendo comparecido hoje o socialista Manuel Pizarro e o bloquista João Semedo.