O plasma recolhido aos dadores portugueses de sangue vai servir pela primeira vez para fazer medicamentos. A novidade é avançada pelo presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) em entrevista à TSF.

Quais são os direitos e deveres do dador de sangue?
Quais são os direitos e deveres do dador de sangue?
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Segundo João Paulo Almeida e Sousa, Portugal tem cerca de 256 mil dadores de sangue por ano e parte do plasma não é atualmente aproveitado.

A poupança para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ronda os 1,3 milhões de euros depois de um contrato assinado com uma empresa que irá tratar o plasma e devolvê-lo sob a forma de medicamentos, noticia a referida rádio.

O plasma pode ser inativado e administrado diretamente ao doente (o que já e feito) ou pode ser fracionado para ser transformado nesses medicamentos. O tratamento do plasma e o seu fracionamento em medicamentos permitirá diminuir a importação de fármacos.

Que fármacos são estes?

Os medicamentos derivados do plasma humano constituem um grupo particular e diferenciado dentro das especialidades farmacêuticas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estes medicamentos são constituídos por proteínas plasmáticas de interesse terapêutico que não se podem sintetizar por métodos convencionais, pelo que são obtidos de plasma de dadores humanos sãos, através de um processo tecnológico adequado de fracionamento e purificação.

A OMS considera como medicamentos essenciais quatro hemoderivados, sendo eles: a albumina humana, que é usada no choque hipovolémico, diálise hepática, no tratamento de grandes queimados e em terapêutica intensiva, as imunoglobulinas poliespecíficas usadas em doentes com VIH/Sida, doenças autoimunes e os fatores de coagulação.

Além destes quatro hemoderivados de base, existem outros hemoderivados, como são exemplo as proteínas de coagulação, proteínas de anticoagulação e imunoglobulinas específicas.