Tal como o anticoncetivo oral feminino, a pílula masculina agora revelada contém uma combinação de hormonas que impede a produção de espermatozóides férteis.

"O DMAU [sigla para o nome científico do princípio ativo] é um grande passo rumo ao desenvolvimento de uma pílula masculina de utilização única", informa Stephanie Page, autora do estudo em declarações ao jornal britânico The Guardian.

A equipa da Universidade de Washington liderada por Stephanie Page conseguiu reverter alguns dos problemas que impediam a utilização de outros comprimidos contracetivos desenvolvidos a pensar nos homens. Os fármacos anteriormente testados provocavam inflamação do fígado, impotência ou mostraram-se ineficazes em laboratório.

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O estudo foi apresentado numa conferência anual em Chicago esta semana e os autores explicaram que um comprimido por dia será o suficiente para o homem produzir esperma infértil.

Supressão das hormonas necessárias para a produção de espermatozóides

A investigação foi conduzida em 100 voluntários entre os 18 e os 50 anos. Os participantes foram divididos em grupos de cinco, que receberam a medicação ou placebos. Os voluntários tomaram as pílulas diariamente, ao longo de 28 dias, juntamente com a ingestão de alimentos, um requisito para a eficácia da substância.

Na maior dose testada, de 400 miligramas, os resultados indicaram uma “supressão marcante” na quantidade de hormonas necessárias para a produção de espermatozóides, disse Stephanie. "Apesar de terem baixos níveis de testosterona circulante, muitos poucos voluntários relataram sintomas consistentes com a deficiência ou o excesso de testosterona", disse Stephanie.

Entretanto, todos os homens que tomaram o medicamento ganharam peso e registraram queda dos níveis de HDL, o colesterol bom. Mesmo assim, os pesquisadores acreditam que esses efeitos não são motivo para preocupação, já que as funções dos rins e do fígado se mantiveram normais.