A perda do cromossoma Y é a mutação genética mais comum nos homens. Estudos anteriores mostraram que esta condição, que aparece com mais frequência em fumadores, pode aumentar também o risco de cancro precoce.

Cientistas afirmam agora que a condição pode servir como um biomarcador em relação a uma ampla gama de problemas de saúde. O estudo foi liderado por Lars Forsberg e Jan Dumanski, da Universidade de Uppsala, na Suécia, e contou com a participação de investigadores do Reino Unido, França, Estados Unidos e Canadá.

Os cientistas examinaram casos de 3.200 homens com uma média 73 anos, dos quais cerca de 17% apresentaram a perda do cromossoma Y nas células sanguíneas. Os pacientes que já tinham sido diagnosticados com Alzheimer tinham perdido esse cromossoma em maior grau.

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"Ter perda do Y não implica a 100% desenvolver cancro ou doença de Alzheimer", advertiu Forsberg. Alguns homens com esta condição viveram sem sintomas de demência pelo menos até os 90 anos, relata o estudo.

"Mas, no futuro, a perda do cromossoma Y nas células do sangue pode tornar-se num novo biomarcador para o risco de doenças, (...) e pode ajudar a detetar e tratar os problemas mais cedo", disse o investigador.

De acordo com Chris Lau, professor do departamento de medicina da Universidade da Califórnia, o estudo não esclarece bem por que motivo o risco de Alzheimer pode ser mais alto nestes homens.

"Embora seja informativo, o estudo é de caráter preliminar e destaca apenas o facto de que o cromossoma Y pode desempenhar funções importantes além da determinação do sexo masculino e a produção de espermatozoides", disse Lau, que não participou na pesquisa.

Para o cientista, são necessárias mais investigações, uma vez que o cromossoma Y contém vários genes - alguns presentes exclusivamente nos homens e outros partilhados com as mulheres, que não têm o cromossomo Y.