A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu, ontem, à comunidade internacional que intensifique a luta contra um tipo de tuberculose multirresistente.

Até 2015, mais de 2 milhões de pessoas irão contrair uma forma da doença resistente a tratamentos convencionais, chamada de MDR-TB (Multi-Drug-Resistant na sigla em inglês), segundo relatório lançado na véspera do Dia Mundial da Tuberculose.

A MDR-TB é uma forma de tuberculose que não responde aos tratamentos convencionais com medicamentos de primeira linha e, se não for tratada, aumenta o risco de propagação.

No relatório, o corpo de saúde das Nações Unidas, juntamente com um fundo global para a doença, pediu mais contribuição a líderes mundiais para poder diagnosticar e tratar as pessoas afetadas.

"Se os governos não comprometerem mais fundos, os esforços dos últimos 10 anos será totalmente prejudicados", disse Rifat Atun, diretor do Fundo Global contra HIV, Tuberculose e Malária, que dirige contribuições dos governos e de empresas privadas às três doenças.

A tuberculose propaga-se pelo ar. Se não for tratada devidamente, cada doente pode infectar uma média de dez a 15 pessoas por ano.

Outro levantamento divulgado pelo escritório europeu da OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças na semana passada informou que a tuberculose mata cerca de 1,7 milhões de pessoas a cada ano e que o número de novos casos em todo o mundo --cerca de 9,4 milhões - é maior do que em qualquer outro período da história.

Segundo os últimos dados da OMS, foram registados 440 mil novos casos de MDR-TB em 2008, sendo que China, Índia e Rússia representavam mais de 50 por cento dos casos mundiais. Cerca de 150 mil pessoas morreram de tuberculose multirresistente neste ano.

Desde 2009, os 23 países mais afetados pela resistência às drogas da doença dobraram os esforços contra a MDR-TB, mas ainda há muito a ser feito, segundo o relatório.

24 de março de 2011

Fonte: SAPO