A solidão, depressão ou uma fratura recente são mais preponderantes em predizer o risco de morte nos cinco anos seguintes do que a obesidade, segundo cientistas da Universidade de Chicago.
"Em vez de políticas focadas na redução da obesidade (...), um maior apoio à redução da solidão entre adultos isolados ou ao restabelecimento das funções sensoriais seriam técnicas mais eficazes para melhorar a saúde e o bem-estar na população mais velha", comenta Edward Laumman, um dos autores e professor de sociologia na Universidade de Chicago.
O estudo, publicado na revista da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos, foi feito com base em dados de três mil pessoas com idades entre os 57 e 85 anos.
"As pessoas mais saudáveis eram obesas e robustas", aponta o estudo. Estas pessoas tinham menos problemas nos órgãos, além de melhores funções sensoriais, saúde mental e mobilidade do que os outros. Eram também os que tinham menor tendência para morrer ou a ter alguma deficiência nos cinco anos seguintes.
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Os investigadores também descobriram grupos de pessoas com o dobro do risco de morte ou invalidez nesse período: aqueles que estavam com peso normal, mas tinham problemas de tiróide, anemia ou úlcera, aqueles que partiram algum osso depois dos 45 anos e os que tinham saúde mental precária.
Apesar do cancro ter provocado 24% das mortes entre pessoas com mais de 55 anos, a doença "parece desenvolver-se aleatoriamente como outras doenças", afirma o estudo.
Novo conceito para classificar a saúde
Os autores do estudo apresentam o conceito de "modelo integrador" de saúde e envelhecimento, que inclui fatores como o bem-estar mental, as funções sensoriais e a mobilidade como partes essenciais da saúde geral.
Com este novo enfoque, cerca da metade das pessoas consideradas saudáveis no atual modelo médico teriam "vulnerabilidades significativas que influenciam a possibilidade de morrerem ou terem alguma deficiência nos próximos cinco anos", afirma o estudo.
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"Ao mesmo tempo, algumas pessoas com doenças crónicas têm muitos pontos fortes que levam a reclassificá-las como bastante saudáveis, com riscos baixos de morte e deficiência", lê-se na investigação.
William Dale, um dos autores e professor-adjunto de medicina, disse que os resultados sugerem que "é necessário que haja uma mudança de atenção com o enfoque na doença, como remédios para a hipertensão ou o colesterol alto, para uma centrada no bem-estar em geral, que tenha em conta diversas áreas" como as supracitadas.
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