O presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, Aníbal Ferreira, sublinhou que existe agora “uma associação muito clara entre a doença renal e a obesidade, no que diz respeito ao risco de desenvolvimento de algumas doenças que vão levar à insuficiência renal, como a diabetes e a hipertensão”.

O especialista alertou para o impacto da obesidade e excesso de peso nas idades mais jovens, os quais irão alterar, na idade adulta, os riscos de obesidade e insuficiência renal. “A própria obesidade funciona, por si só, como um processo inflamatório crónico que vai agredir diversos órgãos e nomeadamente o rim”, acrescentou.

Por esta e outras razões, as organizações internacionais e nacionais decidiram aproveitar o Dia Mundial do Rim para chamarem a atenção para esta associação entre a obesidade e a doença renal.

Sobre a situação do transplante de rins em Portugal, Aníbal Ferreira reconheceu que faltam órgãos para as necessidades dos doentes, mas sublinhou que a taxa de transplantação renal foi, em 2015, a mais elevada de sempre e que em 2016 foi ainda melhor.

Segundo o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), dos 864 órgãos transplantados em 2016, o maior número ocorreu na transplantação renal (499), seguindo-se a hepática (272), a cardíaca (42), a pulmonar (26) e a pancreática (25). “Apesar deste aumento de transplante, nos últimos anos tem-se verificado um aumento da procura e consequente diminuição da resposta”, disse.

Uma das razões que contribui para este aumento da procura é o facto de as populações viverem hoje mais e, por isso, existirem mais doentes a entrar em insuficiência renal, porque ficam tratados de outras doenças, pelas quais há décadas morreriam.

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