Este artigo tem mais de 10 anos
Redução de 33 por cento nos ensaios clínicos em Portugal

28 de maio de 2014 - 14h31
O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde manifestou-se hoje preocupado com o reduzido número de doentes que participa em ensaios clínicos em Portugal, que não ultrapassa os mil por ano, o que considerou “manifestamente muito pouco”.
Fernando Leal da Costa falava durante a III Conferência sobre Economia e Financiamento em Saúde, que decorre em Lisboa, durante a qual disse que, mais do que a redução de 33 por cento dos ensaios clínicos em Portugal, o que o preocupa é o número de doentes recrutados.
“Grande parte dos doentes [que participam nos ensaios clínicos] sente a investigação clínica como uma experimentação em si própria e não como uma melhoria em si mesmo”, disse, lamentando esse facto.
O governante, que se revelou confiante na aplicação da lei da investigação clínica, que entra em vigor a meio de junho, criticou ainda a morosidade do processo de aprovação desta legislação, para a elaboração da qual garante que começou a ter as “primeiras conversas” em 2011.
A importância da investigação clínica foi reforçada pelo cientista António Coutinho, para quem, “sem investigação, os hospitais privados vão perder os ricos do mercado e os públicos o turismo de saúde”.
António Coutinho reconhece algumas melhorias nesta área, mas considera que “ainda estamos mal”.
“E não é pelo número de publicações que lá vamos, até porque só não publica [numa revista científica] quem não escreve em inglês. Metade dos artigos publicados é irreprodutível”, disse.
António Coutinho afirma-se um otimista à força em relação à investigação clínica: “Temos de ir por aí, não só pelos seus benefícios, mas porque não há outro caminho. Quando for altura de escolher, o utente vai optar pelo hospital que investiga”.
Por Lusa
Comentários