Para o novo bastonário, “uma ordem forte é a força dos médicos”. A 16 de fevereiro, o médico Patologista Clínico foi eleito bastonário dos médicos com 61,94% dos votos, num total de 11.176 votos, na segunda volta das eleições disputadas com o médico Rui Nunes, que obteve 6.867 votos.

No dia em que foi eleito, Carlos Cortes assegurou em comunicado que o seu mandato será dedicado aos médicos e aos doentes.

“Neste momento difícil que atravessamos, exigirei que o papel central dos Médicos no sistema de Saúde seja reconhecido e valorizado, sem exceções. Serei um bastonário de intervenção no setor – e, nomeadamente, no Serviço Nacional de Saúde. Serei a voz de todos os Médicos pela dignificação da profissão, pela melhoria das suas condições de trabalho, pela valorização e segurança do Ato Médico e pela qualidade da prestação dos cuidados de saúde em Portugal”, afirmou na altura.

Eleito para o triénio 2023/2025, Carlos Cortes substitui no cargo o médico urologista Miguel Guimarães, que esteve seis anos à frente da Ordem dos Médicos, cumprindo dois mandatos.

“Juntos pela Saúde” foi o lema da candidatura de Carlos Cortes, que foi presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos no anterior mandato, na qual se propunha a liderar uma ordem “autónoma, independente e sempre interventiva, que não seja complacente ou submissa” e garantia que será um bastonário “aglutinador e de proximidade”.

O novo bastonário defendeu na sua candidatura ser “fundamental a defesa da autonomia e independência da Ordem dos Médicos”.

“É um papel intransigente, pois é necessário acautelar possíveis intromissões dos vários poderes, e do poder político em particular”, afirmou, salientando que “a Medicina não joga com individualismos, exclusivismos ou qualquer tipo de intolerância de grupo”.

Para o novo bastonário, “a melhoria dos cuidados de saúde faz-se em equipa, juntando as pessoas”.

“O exemplo desta pandemia foi paradigmático. Resolvemos, juntos”, disse o novo bastonário que toma hoje posse numa cerimónia no Pátio da Galé, em Lisboa, que conta com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Quem é Carlos Cortes?

Nascido em Lisboa a 5 de janeiro de 1970, Carlos Cortes, vive em Coimbra desde o início dos seus estudos superiores. Concluiu a sua licenciatura em Medicina em 1999, tendo completado a sua especialização em Patologia Clínica em 2006 após ter cumprido com o serviço militar nos Açores. Desde então tem exercido a sua atividade profissional no Serviço Nacional de Saúde como Patologista Clínico. Tem a subespecialidade em Microbiologia Médica desde 2020. Detém também a Competência de Gestão de Serviços de Saúde da Ordem dos Médicos, desde 2020, a Pós-graduação em Gestão e Direção em Saúde e a Pós-Graduação de Ética em Saúde pela Universidade de Coimbra.

Tem uma vasta atividade profissional que iniciou nos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Fez o seu Internato Complementar (formação especializada) em Patologia Clínica no Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, EPE. Pertenceu a diversas Comissões e teve responsabilidades em áreas como a Qualidade, Controlo de Infeção, Gestão de Risco, Gestão de Risco Clínico, Responsável da Formação, Ensaios Clínicos, entre outros.

Em 2011 iniciou a sua atividade no Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE (hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas), como Diretor do Serviço de Patologia Clínica e Diretor do Departamento de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica. Para além da sua atividade clínica, foi Assessor da Direção Clínica e Responsável pela Reorganização e Centralização do Serviço de Patologia Clínica desta Instituição. Foi o Responsável pela implementação do Sistema de Gestão da Qualidade do Serviço que culminou com a certificação do mesmo pela NP EN ISO 9001:2008, e atualmente NP EN ISO 9001:2015. Foi Coordenador do Grupo Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e da Resistência aos Antimicrobianos.

Foi responsável pela elaboração do Manual de Boas Práticas Laboratoriais aprovado pela Ordem dos Médicos e Membro da Comissão Ministerial para a revisão da Portaria de Licenciamento dos laboratórios clínicos. Em 2020, após concurso público, tornou-se Assistente Graduado Sénior. Ao longo da sua carreira profissional tem integrado diversos júris de concurso de final da formação especializada do Internato Médico em Patologia Clínica, bem como de consultor na mesma especialidade.

Ministrou diversas ações de formação no âmbito da prática laboratorial bem como do Controlo de Infeção e da Resistência aos Antimicrobianos.

Desenvolveu extensa atividade científica, nacional e internacional, que integra apresentações orais, artigos, pósteres e participação em ensaios clínicos, na sua área de especialidade: a Patologia Clínica, a Microbiologia Médica e a Gestão em Saúde.

Desde sempre teve um interesse particular pelo associativismo e, em 2014, candidatou-se a Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, cargo que ocupa até ao presente. É membro do Conselho Nacional da Ordem dos Médicos.  Foi Coordenador do Conselho Nacional de Pós-graduação da Ordem dos Médicos, órgão com responsabilidades no Internato em colaboração com os colégios de especialidade. É Presidente do Colégio da Subespecialidade de Microbiologia Médica.

Foi membro da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica do INFARMED e é membro de diversas Sociedades Científicas.

É, presentemente, co-Coordenador e docente da Pós-graduação em Gestão Empresarial das Instituições de Saúde lecionado pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra/Coimbra Business School.

Em paralelo, tem prestado consultoria à SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e à ACSS - Administração Central do Sistema de Saúde, IP. Tem também participado em vários estudos relacionado com o burnout na classe médica.

A sua atividade como Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos tem sido pautada por uma intervenção pública marcada sobre as problemáticas e desafios que o setor da saúde tem enfrentado, tais como, a valorização da carreira médica e a defesa de condições adequadas para o exercício da medicina.